domingo, 31 de outubro de 2010

Enfim Lula Privatizou

Para atrair investimentos em infra-estrutura, o governo lança um programa de concessões de estradas, ferrovias, usinas e portos como havia muitos anos não era visto. A onda vai continuar?
ISABEL CLEMENTE, ANDRÉA LEAL E MARIA LAURA NEVES

DISPUTA
Salão de pregão da Bovespa, no leilão de rodovias federais. Os lances dos espanhóis deixaram a concorrência espantada
No final da tarde da terça-feira 9, o Partido dos Trabalhadores trazia a seguinte manchete em seu site na internet: “CUT e PT se mobilizam contra nova onda de privatização tucana em SP”. O detalhe é que, enquanto a “onda” tucana do governo de São Paulo ainda está no plano das intenções, quem está empenhado num programa de abertura do setor público à iniciativa privada como havia muitos anos não era visto no Brasil é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. A crítica estampada no site do PT apareceu enquanto o Palácio do Planalto ainda comemorava o sucesso do leilão que escancarou o modo petista de privatizar. Em torno das estradas federais, houve uma movimentação de capitais privados como não se via desde a privatização do sistema Telebrás, há dez anos.

Realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), palco de algumas privatizações simbólicas no governo Fernando Henrique, o leilão do governo Lula concedeu à administração privada 2.600 quilômetros de rodovias federais. A União deu aos vencedores o direito de explorar, por 25 anos, pedágios em algumas das estradas mais importantes do país, como a Régis Bittencourt, que liga São Paulo a Cutiriba, e a Fernão Dias, entre São Paulo e Belo Horizonte. Em troca, os vencedores do leilão se comprometem a investir R$ 19 bilhões em manutenção, melhoria e, em alguns casos, duplicação das estradas. Lula privatizou mais quilômetros de estrada que o governo Fernando Henrique em oito anos. No governo FHC foram concedidos à iniciativa privada 854 quilômetros. Para a Associação Brasileira de Infra-Estrutura, o potencial é ainda maior: 15 mil quilômetros poderiam ser alvo de concessões ou parcerias público-privadas (PPPs). “Já perdemos tempo demais. Esperamos que os outros leilões sejam mais rápidos”, diz Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira de Infra-Estrutura (Abdib). O resultado do leilão deixou o governo tão empolgado que já foi anunciada a intenção de privatizar mais uma estrada na Bahia, em dezembro.

As privatizações do governo Lula começaram na primeira semana de outubro, quando a Vale do Rio Doce pagou R$ 1,4 bilhão pelo direito de explorar os 720 quilômetros da Ferrovia Norte–Sul, entre Açailândia, Maranhão, e Tocantins, Pará. Para os próximos meses, estão previstas ainda licitações para a exploração da terceira geração de celulares, para a construção das usinas hidrelétricas do Rio Madeira, de novas linhas de transmissão e para a modernização dos portos (leia o quadro à pág. 40). Pelas contas do governo, todos esses negócios têm potencial para gerar mais de R$ 30 bilhões em investimentos nos próximos anos. “Tudo isso vai contribuir para a queda do custo Brasil e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas em geral”, diz Godoy, da Abdib.

O Brasil está enroscado há anos nos mesmos problemas de infra-estrutura. Estradas ruins, portos congestionados e lentos, ferrovias deficientes e risco de falta de energia. De acordo com um estudo divulgado em setembro pelo Centro de Estudos em Logística da Universidade Federal do Rio de Janeiro, as deficiências de infra-estrutura custam cerca de US$ 40 bilhões ao ano para as empresas brasileiras, portanto para a economia como um todo. “Custos mais altos representam perdas”, diz o professor Paulo Fleury, da UFRJ. “Se você gasta mais, está sendo menos competitivo.”

De todos os problemas que o país enfrenta na área de infra-estrutura, o abandono das estradas é um dos mais dramáticos. Esburacada, a malha rodoviária prejudica a economia, porque encarece os fretes e contribui para transformar o trânsito brasileiro num dos mais perigosos no mundo. Até a semana passada, a ação mais ampla do governo Lula em relação às estradas federais tinha sido a Operação Tapa-Buraco. Realizada em 2005, ela custou R$ 410 milhões e deixou um saldo ruim. Das 101 estradas reformadas, 48 apresentaram algum tipo de irregularidade segundo o Tribunal de Contas da União (TCU).

Agora, o presidente Lula – superando preconceitos históricos de seu partido e de seu próprio discurso na campanha, quando usou o tema privatização para hostilizar o adversário Geraldo Alckmin – governa guiado pelo mesmo princípio que tanto criticou nos tucanos. O princípio é o da desestatização, que pressupõe transferir do Estado para a iniciativa privada serviços e obras onde ele não consegue investir. É a única forma de um Estado endividado e com orçamento apertado garantir investimentos para reerguer a infra-estrutura brasileira.


CONTRADIÇÃO
Site oficial do PT, instantes depois do leilão da Bovespa. Enquanto o Planalto comemorava o resultado da concessão de rodovias, o partido criticava a privatização no Estado de São Paulo
Antes desconfiado de qualquer forma de privatização, seu governo acabou se rendendo às evidências de que investimentos terão de vir do setor privado. E a palavra usada para isso, quer os petistas gostem ou não, é privatização. “O governo Lula tem um problema característico dos governos de esquerda: uma preocupação muito grande em não dar altos retornos aos empresários”, diz Christopher Garman, diretor da Eurásia, uma consultoria de negócios dos Estados Unidos. “Mas o leilão das rodovias mostra que houve um amadurecimento.” Para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, “essa conversa é muito simplista” (leia a entrevista à pág. 42). Dilma faz questão de diferenciar: concessão não é privatização. Mas, na prática, ambas reduzem a presença do Estado na economia. “Cabe ao setor privado papel de protagonista num país como o nosso”, diz Dilma. “O Estado não pode tudo, mas tem certo tipo de patrimônio que não se vende nunca.”

O leilão da terça-feira atraiu 30 empresas. Ganharam as que aceitaram cobrar as menores tarifas de pedágio. O destaque foi a presença do grupo espanhol OHL. Concessionário de rodovias na Espanha, no México, no Chile, na Argentina e também no Brasil, ele levou cinco das sete concessões oferecidas. Os espanhóis ganharam comprometendo-se a cobrar pedágios modestos, se comparados aos da Via Dutra (uma das primeiras rodovias federais privatizadas). Nos 400 quilômetros que separam Rio e São Paulo há sete pedágios. Neles, os veículos de passeio pagam três tarifas: R$ 3,60, R$ 3,80 e R$ 7,80. Pelos 562 quilômetros da Fernão Dias, os executivos do OHL ofereceram R$ 0,99 por pedágio.

No leilão, o primeiro lote era o trecho da Régis, disputado por 13 grupos empresariais. O OHL saiu na frente com um lance de R$ 1,364. O silêncio no salão do pregão da Bovespa foi quebrado por um coro de espanto. O preço oferecido era quase metade do teto fixado pelo edital. No segundo lote, nova surpresa. Estava em jogo a concessão da Fernão Dias, a mais cobiçada do pacote. O OHL venceu novamente.

Os concorrentes não conseguiram se conter. Um elegante senhor de cabelos grisalhos e terno escuro soltou um palavrão. Outro, irritado, comentou: “O que estão querendo fazer?”. Debochado, um homem de rosto anguloso e óculos de aros grossos disse que “já dá para ir e voltar de São Paulo a Curitiba e ainda sobra dinheiro para um cappuccino”. Daí em diante, o OHL levou mais três rodovias. A empresa BR Vias, da família Constantino, dona da Gol Linhas Aéreas, ficou com a Rodovia BR-153 (que liga Minas Gerais ao Paraná). Outra empresa espanhola, a Acciona, arrematou um trecho de 200,4 quilômetros da BR-393 (que vai de Minas ao Rio).

O representante de uma corretora presente ao leilão disse a ÉPOCA que o mercado desconfia da capacidade do OHL de cumprir seus compromissos. A CCR, uma das principais concessionárias de rodovias do país, distribuiu uma nota depois do leilão. Afirmou que, para ela, seria inviável oferecer tarifas em patamares iguais aos do OHL: “Não poderíamos assumir com a sociedade brasileira o compromisso de melhoria, expansão e duplicação da malha rodoviária nas rodovias concedidas, por acreditar que a expansão não seria sustentável”. De acordo com José Carlos de Oliveira, presidente do OHL no Brasil, a tarifa é “factível e garante a remuneração dos acionistas”. “Ela foi elaborada com base nos estudos de tráfego, na solidez do país, na redução da taxa de juros. É uma estratégia que está dentro do nosso objetivo de crescimento no país”, diz.

O preço do pedágio provoca tanta reação porque ele é uma novidade deste governo. Oferecer a menor tarifa foi o único critério usado para definir os vencedores dos leilões. Nas concessões anteriores, tanto no governo Fernando Henrique Cardoso quanto no modelo adotado pelos tucanos Mário Covas e Geraldo Alckmin, em São Paulo, as empresas interessadas também tinham de pagar anualmente um valor pelo “aluguel” das estradas, conhecido como outorga. Segundo a Associação Nacional de Transportes de Carga e Logística (NTC), no caso da Rodovia dos Bandeirantes, que liga a cidade de São Paulo ao interior do Estado, o valor desse pagamento chegou a ser 30% da receita da concessionária. Nesse modelo, o valor da tarifa fica mais caro, porque a empresa embute o valor da outorga no preço cobrado dos veículos.

Os pedágios do leilão de Lula são os mais baixos
já cobrados no Brasil. Eles vão se sustentar?
“O modelo paulista privilegia a arrecadação do Estado, que pode investir o dinheiro da outorga em outras estradas”, diz José Alexandre Resende, diretor-geral da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT). “No modelo deste leilão, o governo deu prioridade à menor tarifa para o usuário e abriu mão dessa arrecadação. O investimento da empresa não muda, porque está previsto no contrato.” Mesmo assim, há céticos quanto à capacidade de as novas concessionárias honrarem seus investimentos com uma tarifa tão baixa.

Outro complicador para as empresas é que o governo também reduziu a taxa interna de retorno do negócio. No início, os empresários diziam que o leilão só atrairia aventureiros, que jogariam os preços para baixo apenas para vencer e, no final, não seriam capazes de cumprir as exigências. Segundo Dilma, a redução na taxa de retorno do investimento forçou as concessionárias a ser mais eficientes e a reduzir sua margem de lucro. Isso seria possível, de acordo com o governo, porque a economia hoje é mais estável. A redução do lucro, porém, tende a reduzir o poder de atração dos negócios para as empresas. O sucesso do leilão deixou uma pergunta no ar: será esse modelo, baseado apenas no valor da tarifa de pedágio, sustentável no longo prazo?

Em todo o mundo, os governos ainda estão à procura de um modelo ideal para a concessão de serviços públicos. Os europeus, mais ricos e desenvolvidos, se destacam pela marcante participação do setor público na concessão de estradas. Ora por meio de empresas públicas que se tornam sócias dos empreendedores, ora por meio de incentivos, subsídios, garantias e financiamentos (leia o quadro). Um levantamento do Banco Mundial mostra como os governos têm dado incentivos e pagamentos para cobrir os custos e compensar os riscos nos projetos de infra-estrutura de que a iniciativa privada participa. Especialmente em estradas. Em 2006, dos 108 projetos fechados em países emergentes, 27% tiveram ajuda governamental. Nos cinco anos anteriores, tal parcela não passava de 8%.

A discussão sobre o papel do Estado não deve obscurecer o principal: aos poucos o governo acabou convencido da necessidade de prosseguir com as concessões de serviços públicos. Com seu pacote de privatizações, Lula mostra mais uma vez entender perfeitamente que governo é muito diferente de palanque. Quando o assunto é governar, Lula é antes de tudo um político pragmático. O Brasil deve agora se beneficiar das privatizações de Lula.

A privatização de Lula
O mapa das concessões de serviços públicos federais
1 - Hidrelétrica Santo Antônio
Rio Madeira (RO) Potência 3.150 MW
Leilão Em novembro de 2007 Investimento R$ 10 bi
2 - Hidrelétrica Jirau
Rio Madeira (RO) Potência 3.300 MW
Leilão Em junho de 2008 Investimento R$ 10 bi
3 - Ferrovia Norte–Sul
Açailândia (MA)–Palmas (TO) Tamanho 720 km
Concessionário Vale do Rio Doce
Investimento R$ 1,4 bi
4 - Linhas de transmissão
Porto Velho (RO)–Araraquara (SP) Tamanho 2.450 km
Leilão Indefinido Investimento R$ 9 bi
5 - BR-381
Belo Horizonte (MG)–São Paulo (SP)
Tamanho 562,1 km Concessionário OHL
Investimento R$ 4,6 bi Valor do pedágio R$ 0,99
6 - BR-393Divisa (MG-RJ)–Via Dutra (RJ) Tamanho 200,4 km Concessionário Acciona Investimento R$ 1,4 bi Valor do pedágio R$ 2,94
7 - BR-101Ponte Rio–Niterói (RJ)–(ES) Tamanho 320,1 km Concessionário OHL Investimento R$ 2,5 bi Valor do pedágio R$ 2,25
8 - BR-153 Divisa (MG-SP)–Divisa (SP-PR) Tamanho 321,6 km Concessionário BR VIAS Investimento R$ 1,7 bi Valor do pedágio R$ 2,45
9 - BR-116 São Paulo (SP) – Curitiba (PR) Tamanho 401,6 km Concessionário OHL Investimento R$ 4,3 bi Valor do pedágio R$ 1,36
10 - BR-116 Curitiba (PR)–Divisa (SC-RS) Tamanho 412,7 km Concessionário OHL Investimento R$ 1,8 bi Valor do pedágio R$ 2,54
11 - BR-116/376/PR-101/SCCuritiba (PR)–Florianópolis (SC) Tamanho 382,3 km Concessionário OHL Investimento R$ 3,5 bi Valor do pedágio R$ 1,02

O que eles fizeram com suas estradas

Argentina
Os argentinos tentaram três modelos de concessão. No primeiro, que privatizou 9.000 km, os pedágios ficaram caros. A população reagiu e o governo suspendeu os contratos. O segundo priorizou o menor pedágio. No terceiro, o governo deu subsídios, aumentou a concessão para 25 anos e garantiu retorno de 16% ao investidor

Espanha
As concessões começaram no fim dos anos 60, com subsídio a investimentos e isenção de impostos. O governo socialista reestatizou tudo nos anos 80. A malha concedida caiu de 3.000 km para 2.000 km. Hoje, há no país oito concessionárias, e o governo é sócio

França
Começou a privatizar estradas na década de 50. Hoje 7.000 km de vias têm pedágios, cujos valores são controlados por uma empresa pública. As estradas são operadas por oito companhias mistas e uma privada

México
As concessões começaram nos anos 80. Nos anos 90, o pedágio se tornou um dos mais caros do mundo. Como havia rotas alternativas às rodovias pedagiadas, o tráfego caiu. O governo reestatizou as estradas. As concessões voltaram em 2006 e o governo passou a assumir riscos do negócio

Fonte:http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI58587-15223,00-ENFIM+LULA+PRIVATIZOU.html

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Caros amigos, faltam 3 dias para o segundo turno

Chamo a atenção de todos os católicos, verdadeiros católicos, para este importante pronunciamento do Papa, sobre a situação política do Brasil!

Com o discurso de hoje, Bento XVI rompe, desde o mais alto grau da hierarquia católica, o patrulhamento ideológico que o PT vem impondo a bispos do Brasil através de ameaças, pressões diplomáticas, xingamentos e abusos de poder.

É conhecida a absurda apreensão, a pedido do PT, de milhares de folhetos contendo o “Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras”,
em que a Comissão em Defesa da Vida, da Regional Sul I da CNBB,
exortava os católicos a não votar em políticos que defendam a
descriminalização do aborto. É conhecida a denúncia do bispo de
Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, de que tem sido vítima de
censura e perseguição por parte do PT (cf. Revista Veja).
É arquiconhecida a prisão de leigos católicos que realizavam o “ato
subversivo” de distribuir nas ruas o documento dos bispos de São Paulo.

Bento XVI e o Silêncio dos Bispos
http://padrepauloricardo.org/blog/bento-xvi-e-o-silencio-dos-bispos/?utm_source=Christo+Nihil+Praeponere+List&utm_campaign=3766b15245-Newsletter_outubro_28102010&utm_medium=email


Aquele que vota num partido que aprova uma lei que legaliza o aborto é cúmplice de assassinos de inocentes! ABORTO É ASSASSINATO! E aquele que se diz católico deve ser à favor da Vida!
Leiam também!!!
Importantíssimo: Papa Bento XVI acaba de pronunciar discurso sobre a situação política brasileira
http://www.ipco.org.br/home/noticias/importantissimo-papa-bento-xvi-acaba-de-pronunciar-discurso-sobre-a-situacao-politica-brasileira?sms_ss=facebook&at_xt=4cc9ba0a91819449%2C0

Fonte: http://www.orkut.com.br/Main#Scrapbook?uid=13503374250472808363

Papa defende a vida.

Em pronunciamento publicado pelo Vaticano nesta quinta-feira, o Papa Bento XVI condenou o aborto e pediu a bispos do Brasil que orientem politicamente seus fiéis. Ele afirmou que católicos devem "usar o próprio voto para a promoção do bem comum." A declaração deve ter caído como uma bomba no QG da campanha de Dilma Rousseff, pois desmonta o discurso que vinha utilizando para atacar o candidato, José Serra.

Ainda no primeiro turno, padres católicos e bispos da CNBB se posicionaram contra o voto em Dilma. Eles alegam que a candidata se "posicionou contra a vida ao defender a descriminalização do aborto" em diversas ocasiões, inclusive numa sabatina realizada pela Folha de SP que foi gravada em vídeo amplamente divulgado na Internet. Dilma também apoiou o PNDH3, o plano assinado pelo governo do PT que previa a legalização do aborto. Quando percebeu que a defesa do aborto lhe tirava votos, Dilma disse ter mudado de ideia. E a cada dia passou a ter uma posição sobre o aborto. Diferente do cristão José Serra que, como o Papa, é e sempre foi contra o aborto e a favor da vida.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Contabilidade Mágica - Tirando água de Pedra (o petróleo do ar)

De: Carlos Alberto Sardenberg
... " A operação, em termos simples: o governo vendeu para a Petrobrás 5 bilhões de barris de petróleo que estão enterrados em algum lugar do pré-sal. Cobrou por isso uns R$ 72 bilhões. Logo, a Petrobrás ficou devendo essa grana, pelo direito de lá na frente pesquisar, perfurar, explorar e finalmente retirar o óleo do fundo do mar.
Em seguida, a Petrobrás abre seu capital e oferece ações no mercado. O governo central (Tesouro) compra parte destas ações, pelas quais deveria pagar à estatal uns R$ 45 bilhões. Mas como tem um crédito pelos barris "a futuro", abate apenas o valor da conta e continua credor da Petrobrás de cerca de R$ 27 bilhões.
Você pensa que o negócio acabou com a estatal mandando um cheque nesse valor para o caixa do governo? Se pensou está na era da contabilidade pré-Lula.
A Petrobrás não vai pagar, mas o governo federal vai registrar como receita e assim vai fazer neste mês o maior superávit da história.
Ainda vai pegar parte desse dinheiro e emprestar para o BNDES fazer o quê? Pagar as ações da Petrobrás!
Resumo: o governo não colocou um centavo, mas comprou mais ações da Petrobrás, aumentou sua participação e ainda recebeu de troco R$ 27 bilhões. Não é o máximo? Nada nesta mão, nada na outra e ... eis 27 bilhões!!!!
Além disso, o governo assume 51% das ações, com direito a voto e veto, nomeia a diretoria, traça estratégias de administração e estatiza praticamente a Petrobrás.
Agora a Petrobrás, na prática, acaba sendo do governo, podendo-se pressupor toda a espécie de safadeza que virá no governo seguinte.
Acha que acabou? Nada disso. Se você dividir 72 bilhões por 5 bilhões vai encontrar o valor de 14,4 reais que são US 8.7, o preço do barril de petróleo que está super faturado. Na crise do petróleo 1973, a maior da história, chegou a US 11.4.
Analistas acreditam que a tendência será do preço do petróleo cair ainda mais se for confirmado uma segunda crise financeira que está por vir.
E assim, o governo Lula vai estatizando a maior empresa do Brasil (a quarta do mundo), sem pôr um centavo do próprio bolso, tudo na cara dos idiotas brasileiros, e na da oposição mais sem qualidade que este país conheceu!

Interessante, vale a pena ler.

PROFUNDO, SÉRIO E PREOCUPANTE


Um professor de economia disse na universidade que ele nunca havia reprovado um só aluno antes, mas tinha, uma vez, reprovado uma classe inteira.
Esta classe em particular tinha insistido que o Socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e “justo” .

O professor então disse: "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe... Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas."

Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam “justas”. Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém seria reprovado. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia um "A"...


Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos...

Como um resultado, a segunda média das provas foi "D". Ninguém gostou.

Depois da terceira prova, a média geral foi um "F".

As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe.
A busca por “justiça” dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos foram reprovados... Para sua total surpresa !

O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes. Preguiça e mágoas foi seu resultado. Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado.

"Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós.
Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável."

Esta “estória” torna claras as verdades abaixo...!

1. “É impossível levar o pobre à prosperidade através de legislações que punem os ricos pela prosperidade.
2. Para cada pessoa que receba sem trabalhar, é preciso que haja outra pessoa que trabalhe sem receber, pois o governo não pode dar para alguém aquilo que não tira de outro alguém.
3. Quando metade da população entende a idéia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.
4. É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."
Lembrem-se disso na hora votar !

Hélio Bicudo Fundador do PT-Manifesto em Defesa da Democracia

Um grupo de 33 mineiros BRASILEIROS fica preso em uma mina a 700 metros de profundidade. (versão abrasileirada)

1) O Governo Brasileiro cria uma comissão supra-partidária para iniciar o resgate, incluindo 25 membros da situação e 19 da oposição. Cada membro com direito a 5 assessores e dois secretários. Os trabalhos atrasaram três meses, porque não houve acordo para nomear o presidente da comissão.

2) Como as despesas não estavam previstas, o Governo criou uma CPMF (Contribuição Provisória para Mineiros Fudidos), que, embora provisória, com vigência até 2020.

3) O Chile ofereceu-se para emprestar os equipamentos utilizados no salvamento daquele pais, mas a carga ficou retida na alfândega brasileira por mais de três meses. O chefe da fiscalização somente os liberou após o pagamento de propina.

4) Depois, os equipamentos ficaram parados na estrada brasileira por quase dois meses, pois o MST havia feito uma invasão e bloqueado a rodovia.

5) O consulado brasileiros em Santiago demorou dois meses para conceder visto de entrada aos chilenos operadores do guindaste e da cápsula de salvamento, pois eles não puderam comprovar fonte de renda no Brasil.

6) Quando finalmente tudo foi “regularizado”, o Sindicato Brasileiro dos Operadores de Máquinas entrou na Justiça com uma liminar proibindo o trabalho dos chilenos, pois eles não eram sindicalizados.

7) Como a Justiça brasileira é bastante ágil, a liminar foi "prontamente" derrubada em seis meses e foi permitido o trabalho dos chilenos.

8) Quando o guindaste desce a cápsula de salvamento, o cabo de aço se rompe, pois haviam comprado um cabo de terceira qualidade, embora a preço de ouro.

9) Criou-se uma CPI para levantar as responsabilidades. Depois de quatro meses de discussão, acabou sendo arquivada pelo Conselho de Ética do Senado.

10) FINALMENTE, depois de dois anos e meio, chegou o dia do primeiro resgate.
SURPRESA!!!! O resgatado é o único que ficou preso na mina, pois os outros 32 eram funcionários “fantasmas” e nunca tinham entrado nela.

11) No discurso de saudação ao mineiro resgatado, Lula enche o peito e afirma: “Nunca antes neste país...”

12) O primeiro pedido do resgatado foi um jornal, pois precisava se atualizar.
Mas, quando ele lê a manchete, pede para ser devolvido às profundezas da mina.

Explicação: Leu que a Dilma está vencendo a corrida presidencial!!!

Ouvi na CBN sobre o lixo que foi o filme do LULA e ele ainda foi indicado p concorrer em Hollywood!!

Isto ta parecendo ditadura mesmo... confiram
Recebi, fui pesquisar, pois não gosto de participar de "fofocas internáuticas", e infelizmente não gostei do que encontrei.
Realmente houve uma enquete para saber a escolha popular e realmente a indicação foi totalmente desconsiderada.
Ainda que o Ministério da Cultura tenha deixado claro que seria apenas uma votação indicativa, a comissão menosprezou vergonhosamente o resultado a seguir:
1º lugar - Nosso Lar - 70% - 88.894 votos
2º lugar - Chico Xavier - 12% - 14.881 votos
6º lugar - Lula, o Filho do Brasil - 1% - 1.646 votos
A frase do presidente da Academia Brasileira de Cinema, Roberto Farias - "Nossa posição não tem nenhuma ligação política. Lula é uma estrela aqui e fora daqui, internacionalmente conhecida” - lamentavelmente me diz que a escolha foi tendenciosa, pois na minha opinião, quando somos íntegros e imparciais não sentimos necessidade de nos justificar pois, naturalmente, nossa escolha nos parece ser a mais óbvia, a mais acertada.
Abaixo estão 3 links para vcs conferirem e tirarem suas próprias conclusões.

http://www.cultura.gov.br/site/2010/09/08/enquete-oscar/
http://www.cultura.gov.br/site/2010/09/23/oscar-2011-15/
http://www.correaneto.com.br/site/?p=1347


PARECE PIADA!!!
Será que moro em Cuba, ou China, Coréia do Norte, ou Iran e estou delirando achando que é o Brasil!!
Ta fedendo DITADURA neste país!!!

A FESTA DO BOLO PODRE:
Não só por causa do texto que vou descrever, mas, por mil e tantas outras coisas que vem acontecendo e que nos faz ficar estarrecido diante de tanto autoritarismos fraudulentos e inescrupuloso, com o aval de quase todos os partidos políticos deste país, onde cada um, quer comer um pedaço deste bolo apodrecido de imoralidade e oferecido de bandeja, pelos brasileiros em festa de ação de graça!!!

DOS FATOS:
O Ministério da Cultura disponibilizou em seu site, uma votação, onde toda a população brasileira, escolheria o filme que representaria o Brasil, no Oscar 2011 e participaram desta votação, 23 filmes.

OS FILMES PARTICIPANTES DA VOTAÇÃO:
A Suprema Felicidade
Antes que o Mundo Acabe
As Melhores Coisas do Mundo
BrOder
Carregadoras de Sonhos
Cabeça a Prêmio
Cinco Vezes Favela
Chico Xavier
É Proibido Fumar
Em Teu Nome
Hotel Atlântico
Lula, o Filho do Brasil
Nosso Lar
O Bem Amado
O Grão
Olhos Azuis
Os Inquilinos
Os Famosos e os Duendes da Morte
Ouro Negro
Quincas Berro D’água
Reflexões de um Liquidificador
Sonhos Roubados
Utopia e Barbárie

RESULTADO DO MINISTÉRIO DA CULTURA:
Bem, 130.000 pessoas participaram desta votação, enquanto a enquete estava disponibilizada no Ministério da Cultura e agora saiu o resultado:
1º Nosso Lar - 70% com 88.894 votos
2º Chico Xavier - 12% com 14.881 votos
3º Os Famosos e os Duendes da Morte - 8% com 10.437 votos.
Os outros restantes 20 filmes juntos, totalizaram 9.009 votos.

A SURPRESA:
No entanto para surpresa de todos...
Quem foi escolhido para representar o Brasil no Oscar!!!!???
ADIVINHE!!!!
AH! é claro que foi o filme!!!:
"Lula, Filho do Brasil"
Que vergonha meu!!!
Simplesmente a votação expressiva e maciça do público brasileiro, foi totalmente ignorado, em favor de mais uma porcalhada, inescrupulosa, vergonhosa, nojenta e inadmissível, em um país...
QUE SE DIZ DEMOCRÁTICO!!!

BILHETERIA DOS FILMES NACIONAIS:
1º Chico Xavier com 3.409.062.
2º Nosso Lar com cerca de 3.000.000 (Ainda está em cartaz).
3º Xuxa em o Mistério de Feiurinha com 1.299.044.
4º Lula, o Filho do Brasil com 848.276.

DISPUTA COM OS INTERNACIONAIS:
1º Avatar uma superprodução USA.
2º Alvins e os Esquilos uma superprodução USA.
3° Alice no país das maravilhas uma superprodução USA.
4º Nosso lar
5º Chico Xavier
...
14° Xuxa em o Mistério de Feiurinha
19º Lula, o Filho do Brasil.

E ainda vale lembrar de que:
"NOSSO LAR" e "CHICO XAVIER" ficou melhor colocado do que as superproduções americanas como, "Homem de Ferro 2", "Fúria de Titãs", "Toy Story 3" e "Robin Hood".

ISTO É UM FEITO HISTÓRICO AO CINEMA BRASILEIRO!!

Em qualquer parte do mundo, a bilheteria INFLUI em muito e fomenta subsídio a premiação feita pelos órgãos competentes que qualificam e premiam os melhores e mais assistidos.

Vale aqui ressaltar ainda que:
Os filmes NOSSO LAR e CHICO XAVIER, bateram o recorde de expectadores entre as produções nacionais em todos os tempos da história do cinema nacional!!!

Enquanto que é lícito dizer que o filme:
"Lula, o Filho do Brasil"
Foi um grande fracasso de bilheteria!!

NOTAS DOS FILMES:
O site internacional de cinema IMDd:
http://www.imdb.com
Nosso Lar - Nota 8,2
Chico Xavier - Nota 7,6
Os Famosos e os Duendes da Morte - Nota 7,5
Antes Que o Mundo Acabe - Nota 7,7
Lula, o Filho do Brasil - Nota 5,1

Mais um adendo, só no filme "Nosso Lar":
01- Orçamento - Mais de R$ 20 milhões.
02- Equipe de produção especial: Fotógrafo Ueli Steiger dos filmes, ("O Dia Depois de Amanhã", "Godzilla", " 10.000 A .C.").
03- Efeitos especiais foram dos canadenses da Intelligent Creatures que trabalharam nas super produções ("Watchmen", "Hairspray", "Babel")
04- Participação especial da Orquestra Sinfônica Brasileira, na composição da trilha sonora do filme.

São fatos para serem aplaudidos no cinema brasileiro, que faz do nosso cinema, um cenário internacional, com uma grandeza ímpar na história do cinema nacional!!!

A DITADURA:
O que o público viu e os especialistas avaliaram...
Os TECNOCRATAS POLÍTICOS DITATORIAIS fizeram vistas grossas em detrimento da aporcalhada que impera em Brasília!!

FALTOU ÉTICA E MORAL na escolha!!

Esta pouca vergonha nada mais é do que mais uma enojada campanha política da perpetuação do PT no poder!!!

O povo brasileiro virou fantoche, marionete, boi de piranha neste país!!!

O sabor das mulheres

ATUALMENTE tem se convencionado chamar algumas mulheres associando seu tipo com algumas frutas:
Mulher melancia, mulher pêra, mulher jaca, e por ai vai..
Diante desta nova moda, achamos algumas definições que estavam faltando:

Mulher Lagosta: só come quem tem dinheiro.

Mulher Camarão: só tem merda na cabeça, mas é gostosa e você come assim mesmo.

Mulher Caranguejo: é feia e peluda, mas você bate nela, limpa direitinho e come numa boa.

Mulher Pão: tem sempre o mesmo gosto, mas você come todo dia.

Mulher Aperitivo: acompanhada de uma bebida você come e ainda acha bom.

Mulher Maracujá: é toda enrugada, mas você come e depois que come sente vontade de dormir..

Mulher Caviar: você sabe que alguém está comendo, mas não é ninguém que você conheça

Mulher Bacalhau: você só come uma vez por ano

Mulher Maionese de Fim de Festa: todo mundo te avisa pra não comer, mas como você está
desesperado come assim mesmo ; depois passa mal e se arrepende

Mulher Rã: todo mundo já comeu, menos você.

Mulher Salada: é bonita, mas quando você come descobre que não é tão gostosa assim.

Mulher Marmita: não é lá essas coisas, mas você come rapidinho.

Mulher Cafezinho de Supermercado: você nem faz questão, mas como é de graça, você aceita.

Mulher Jiló: é horrível, mas você conhece alguém que come.

Mulher Docinho de Festa: você fica com vergonha de chegar junto, então vem outro e come e deixa você chupando dedo..

Mulher Cogumelo Venenoso: comeu, tá fudido.

Mulher Feijoada: você come e ela fica te enchendo o dia todinho.

Mulher Coqueiro: pode trepar que não tem galho.

Mulher Miojo: em três minutos tá pronta pra comer.

Mulher Coca 2 litros: dá prá seis

Mulher Bandeira de Pirata: é só pano e osso, mas ta sempre pendurada na vara.

Mulher Maverick: antiga, já esteve na moda e bebe pra caralho.
e finalmente....

Mulher PT : quadrilheira, mente pra cacete: faz programa com qualquer um e depois diz que não sabe de nada (mesmo que tenha gostado da farra).

“Lula comprou os pobres do Brasil”

Publicado por Editor em 26/10/2010 às 22:47Categorias: Artigos, DestaquesTags: Corrupção, Mentiras, Turma e Aliados
Entrevista com o escritor Ferreira Gullar, Prêmio Camões 2010 — Por Alexandra Lucas Coelho

"Ele (Lula) nunca leu um livro", diz Ferreira Gullar
O escritor Ferreira Gullar vota José Serra. Vê Dilma como “uma marionete” e Lula como um “ignorante”, “mentiroso”, com “fome de poder”, que é “a vergonha do Brasil”.

Aos 80 anos, Ferreira Gullar continua de cabeleira branca pelos ombros e mão enérgica a bater na mesa, quando sobe de tom, no seu apartamento cheio de livros e quadros, em Copacabana.
Parece tão em forma quanto está: “Não tenho nenhuma doença.”

Nascido em São Luís do Maranhão, Nordeste do Brasil, vive no Rio de Janeiro desde os 21 anos. Foi comunista filiado, lutou contra a ditadura, esteve preso. Tem uma longa e variada bibliografia, com destaque para a poesia. Recebeu este ano o Prémio Camões, o mais importante da língua portuguesa.

A conversa começou exaltada e terminou amena. Ferreira Gullar explicou depois que tivera umas conversas políticas que o tinham irritado. E mais para o fim da entrevista dirá, meditativo: “Possivelmente nós vamos perder a eleição.”
A campanha ferve.

Publicou um texto chamado “Vamos errar de novo?”, a apelar ao voto em José Serra. Não faz parte de nenhum partido. Porque sentiu necessidade de intervir?

Como cidadão, não só tenho o direito como o dever. Sempre participei politicamente.

É uma eleição bastante importante. Pode significar uma mudança para o país e ter consequências sérias.

Há quem ache o contrário, que nada de essencial se vai alterar, seja quem for que ganhe.

[Batendo com a mão na mesa] A permanência do PT no poder é uma ameaça à democracia brasileira. Está vendo o que acabou de acontecer? Espancando o Serra

Fonte:http://www.dilmaporquenaovotar.com.br/

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Paulo Beringhs pede demissão AO VIVO


ok, garanta seu emprego, eu garanto minha dignidade. A! Se ao menos 40% dos jornalistas ancoras tivessem essa postura! A farsa da doação da CVRD., Light, Telesp,... não teria vingado. Financiamento de empresa estatal com nossa grana! E na CVRD. brasileiros impedidos de participar da doação da Vale. Digo doação porque a Vale é de valor incalculável, e mesmo assim foi vendida a preço de banana. A Telesp doada a pior empresa de telefonia da espanha: Telefonica.. que encontrou tudo pronto. tipo a Telesp fez o bolo e aí chega a Telefonica que partiu o bolo e distribuiu aos convidados e acabou levando a fama! Farei um texto onde detalharei o tema privatização. .

Claudia Alencar se arrepende de ter apoiado o PT. que acabou com a verdadeira esquerda. Vote Nulo!

20 PERGUNTAS com Cláudia Alencar

01 - Como foi no início? Onde você nasceu, qual foi sua formação acadêmica...
Sou Paulistana, filha de pai sociólogo, jornalista e mãe bióloga. Fiz um ginásio de ponta “Ginásio Estadual Oswaldo Aranha” onde aprendíamos, teatro, artes plásticas, marcenaria, economia doméstica, práticas comerciais, além das matérias normais estudando em equipe. Essa alegria abriu minha mente para as artes e para a alma. Cursei Ciências Sociais até o terceiro ano USP e terminei a Escola de Comunicações e Artes da USP, como Bacharel licenciada em teatro. Cursei mais 3 anos de Pós Graduação, na USP, terminando créditos até doutorado, mas não terminei a tese resolvendo voar para os palcos. Antes dei 5 anos de aulas Artes Cênicas para Faculdades e ensino médio e fundamental.
02 - Pelo que andei me informando, você chegou a trabalhar na área acadêmica chegando a lecionar para o ensino médio e universitário. Como foi esse período pra você? Você realmente achava que a área acadêmica era sua realização profissional?Tinha medo de não poder sobreviver como atriz, por isso achava que lecionando teria mais estabilidade financeira, mas não sabia que o sonho é que nos traz vida e abundancia econômica. Descobri meio que empurrada pela vida, pois o diretor da Escola que lecionava tirou a cadeira de teatro alegando que eu estava fazendo muito sucesso e distraindo os alunos... pois é. Mas graças a esse empurrão do destino tive coragem de fazer umas fotos com uma amiga e apresenta-las na TV Cultura onde Antunes Filho realizava o Teatro da TV Cultura. Quando ele viu meu currículo universitário (normalmente os atores não estudavam tanto) me deu a peça do Domingos de Oliveira para Ler: “Somos todos do Jardim da Infância” e mandou eu escolher o papel! Eu, que nunca tinha feito TV. Trabalhava em pesquisa teatral no IDART, e tinha um grupo de vanguarda de teatro. Mas protagonizei com Antonio Fagundes, o especial – não fiz feio, mas não me coloquei inteira cheia de medos, claro – mas deu certo e comecei a partir daí a fazer teatro e TV simultaneamente em São Paulo até ganhar o Premio Governador de Estado como melhor atriz.
03 - E quando e como se deu a mudança para ser atriz? Como foi esse início na arte de representar?
Dizem.... meus colegas de ginásio, que eu já fazia teatro lá, era ótima atriz, etc... (eu fui campeã de ginástica olímpica pelo Estado de São Paulo e de Hand Ball, mas teatro???), mas nem me lembro. Lembro que sempre escrevi e pintei, mas teatro?? Aos 17 anos é que me deu um estalo e queria fazer Escola de Arte Dramática, pois já tinha visto Arena Conta Zumbi, Galileu Galilei, Selva da Cidade, do teatro Oficina e Arena e disse pra mim que era aquela vida que eu queria... Estar no palco fazendo arte! Encantando!. A Escola de Arte Dramática era de nível secundário e meu pai ficou furioso, por eu não querer cursar faculdade: discutimos muito até culminar com um tapa na minha cara e suas palavras: "você não é prostituta e tem muita personalidade. não vai ser atriz!" Pobres das atrizes da época que sofriam preconceito mesmo com homens esclarecidos como meu pai.


Mas tudo está certo na vida. Fiz belas faculdades que me deram o estofo intelectual que todo ser humano deve ter e parti, com 25, para ser atriz. E precisei mentir a idade... dizer que tinha 17 anos para Carlos Zara da TV Tupi, a conselho de outro diretor Calmon que tinha me descoberto. Já aparentava menos idade naquela época..... Era só fechar a boca universitária e fingir ser menininha... Comecei na TV Tupi com Edwin Luisi como galã, e no Teatro com Marcio Aurélio (um dos maiores diretores de teatro contemporâneos, hoje em dia) com “A Banda de Najas” de Alcides Nogueira, hoje grande autor da TV Globo. A Tupi faliu e fomos todos para a Bandeirantes com anovela "Um Homem Muito Especial" de Rubens Edwald Filho, com Bruna e Ricelli nos papeis principais , mas eu com a personagem Alcina fui um dos maiores destaques, fazendo uma cigana e aí sim a minha estrela despontou com todas as cinco pontas e não parou mais de brilhar.


.... No meu emprego no IDART – que era o que pagava minhas contas fui mandada embora, por minhas amigas .... mas nesse momento a Bandeirantes me chama e a partir daí vivi só de meu sonho: ser atriz e mais tarde poeta. O Destino mais uma vez me manda embora e me coloca no meu caminho de atriz. Eba!

04 - Soube que você passou por um período difícil na época do regime militar. Por fazer peças que criticavam esse regime, você chegou a ser presa e torturada. Ficou algum trauma? Faria tudo novamente e da mesma forma?No intervalo – no almoço - entre Ciências Sociais e Comunicações, na USP, eu fazia teatro de guerrilha pela Universidade e nos bairros de SP. Era filiada a ALN, mas abominava seus métodos de guerrilha. Na verdade queria fazer teatro e estar engajada no movimento contra a ditadura e foi aonde achei lugar para fazer o que queria. Fui presa quando dava aulas e já tinha saído das faculdades. Torturada cruelmente aos 21 anos e ameaçada de morte me arrependi: não queria morrer pela pátria amada. Só morro pelos meus filhos. E hoje em dia agradeço por não ter morrido por uma causa falida. Coloquei todos meus amigos no poder e o que eles fizeram? Assaltam a mim e a meu povo. A corrupção é enorme e estamos de mãos atadas. Mas na época era o que nos restava fazer... o mundo inteiro mudava e nós éramos os bandeirantes dessas mudanças tanto políticas, como sexuais, morais e intelectuais. 

E ainda somos. Não há mais velhos como antigamente, abrimos comportas intelectuais, artísticas, morais, culturais e o que vemos hoje é cópia do que criamos em todos os campos, menos o tecnológico, mas que no caso são só ferramentas, para acessar os mesmos conteúdos, embora a internet, a meu ver seja a grande revolução desses tempos modernos.
05 - O que era mais difícil de aceitar naquela época do regime militar (tanto como pessoa quanto como atriz)?A gente tinha muito medo. Eu sofri de pânico dos 19 aos 29 anos, sem saber. Sofria calada... fruto do medo. Nós não podíamos nos reunir e falar o que pensávamos. A censura da imprensa, da arte, e nós fazendo teatro através de metáforas – o simples verso de Ponteio: “Quem me dera agora ter a viola pra cantar” viola não era viola, era uma arma, “que me dera ter poder, ter uma arma e acabar com essa situação”. Era canto de guerra, além das musicas do Chico, Vandré, o teatro de Guarnieri, eu fazendo teatro Jornal com a turma do Arena, todos fazíamos algo para driblar o clima de horror e boca tapada. Fui da primeira diretoria do Sindicato dos atores de oposição tendo Lelia Abramo como Presidente. Nós fizemos Brasília aprovar a nossa regulamentação da profissão, porque até a década de 70 éramos todas prostitutas, sem lei. A ditadura acabou com o incrível Ginásio moderno que estudei, rasgando todos os papéis e impondo um ensino tradicional que persiste até hoje. E hoje em dia nos organizamos GVIVE, pra que o ensino volte a ser mais abrangente como foi o nosso, luto para que tenhamos o ensino que tive e não esse que ensina coisas que não vamos utilizar na vida prática nem teórica. Cadê filosofia nas escolas?

06 - Você fez sua estreia na TV (Cultura) em 1975, num teleteatro com Antunes Filho. Como foi isso, essa estreia para a TV?
Ainda tinha um pouco da Cláudia politizada ou você estava centrada apenas na sua arte de interpretar? A Cláudia atriz/política se manifestou na greve da Tupi, onde convoquei os atores a fazer greve já que não nos pagavam há mais de 3 meses. Isso me custou a cabeça, mas a Tupi faliu antes que minha cabeça fosse cortada. Sorte! Como atriz, na TV Cultura fazia meu papel no ar, e discutíamos política fora do ar, com Antunes e o pessoal do teatro.
07 - Foram 23 peças, 28 novelas e 9 filmes. E qual você ganhou mais experiência, mais prazer e mais reconhecimento? Dá pra optar entre cinema, teatro e TV? [E 3 livros de poemas publicados. Estou terminando o quarto livro.]
Não fui muito feliz na maioria dos filmes que fiz. Não sou da panelinha deles e os que fiz não me orgulho de nenhum, infelizmente. Mas adoro fazer cinema. Me encanta todo o processo. Queria fazer mais. Hello rapaziada do cinema, I’m here guys!!! No teatro tive magníficas experiências e muitos aplausos. Muitos. Com Marcos Nanni, Paulo Autran, Cleyde Yaconis, Leilah Assumpção, Bibi Ferreira, Miguel Falabella, etc... e teatro tem uma coisa forte: toda vez que faço uma peça, o que acontece com a personagem acontece comigo na vida real....(louco isso) a gente fica falando aquelas falas - tooooodas as noites - com toda a verdade e emoção e que atrai!!! Por exemplo: fiz uma menina que queria fazer tv, a todo custo: a Globo me chama, para protagonizar minha primeira novela lá e não pude aceitar, porque a peça iria estrear dali a 15 dias. Não iria deixar meus colegas na mão. Fiz outra em que a personagem descasava: descasei.... depois "A Partilha", do Falabella, onde a mãe já aparece morta – pensei... mamãe vai morrer. Isso foi em setembro. Mamãe morreu em fevereiro e passou 3 meses no hospital e eu fazendo a peça e vendo o caixão da mãe morta. Tortura pura. Dia seguinte de sua morte eu estava no palco. Ai tive a certeza que nasci atriz. O amor de minha vida era mamãe. E todo ator, o verdadeiro ator, é uma estrela. Veio dela. Quando morre vai para o céu enfeita-lo. Quando reencarna desce a terra e fica aquele buraquinho no céu esperando-o. Faço parte dessa família estelar. Minha ancestralidade.
08 - Ainda é difícil fazer teatro e cinema no Brasil? O que os tornam mais difícil hoje em dia?
Não consigo patrocínio, para meus projetos teatrais há 5 anos. Há muita corrupção e dificuldade de captar patrocínio. Muitos favoritismos. Até Fernanda Montenegro diz que faz o teatro do possível: o monologo... E nem eu estou conseguindo fazer. Está cada vez mais difícil, ainda mais porque antes a classe artística era unida em todos os sentidos: objetivos artísticos, sindicais, comunitários, queríamos fazer arte e não sair em capa de revista, nem ser flagrados na praia tomando sorvete. Tínhamos como objetivos mudar o panorama cultural do nosso pais. Hoje todos estão dispersos, as televisões pulverizaram, não há consciência de classe artística, cada um luta por si, apareceram os empresários que lutam por grana e não por arte, ou por entretenimento, bons entretenimentos, mas não uma mudança ou experimentos artísticos. E a globalização que nivelou tudo por baixo. Está difícil, garoto.
09 - No início do ano com o lançamento do filme sobre o Presidente Lula, a atriz Glória Pires chegou a ser criticada, inclusive por alguns atores, por ter aceitado atuar num filme que indiretamente poderia servir para influenciar os eleitores num ano de eleições. Você concorda com as críticas? Aceitaria atuar num filme como este?Não aceitaria, porque sei que influenciaria o povo que não tem instrução, coisa que poderia decidir com mais propriedade. Ainda bem que não vou levar esse karma.


10 - Pra você um ator reconhecido pelo público deve ou não se pronunciar politicamente?Se ele acredita no candidato claro que deve se pronunciar! A gente não faz campanha de shampoo sem acreditar? O difícil é que não acreditamos mais neles...
11 - Teoricamente um ator deve estar preparado para fazer tudo por seu personagem. Você já chegou a fazer algo que foi de encontro com seus princípios? Já se arrependeu de algo? Existem limites para um ator?Contra meus princípios jamais! Jamais. Você fazer propaganda para um regime fascista é um limite para o ator. Fazer campanha para drogas. Eu nunca fiz comercial de cigarro, nem de bebidas e já fui convidada. Nunca apareci fumando na TV. Bebendo uma vez em 35 anos de carreira. Quando estava há 2 anos sem trabalho, numa época, o Garotinho me convidou e alguns artistas a fazer campanha para suas obras, 70 mil reais. Eu precisava muito. Recusei. 2 filhos para criar, aluguel, contas, mas recusei... não teria cara de pau, tenho princípios, tenho alma a zelar. Minha alma adoeceria.
12 - Você interpretou grandes personagens na TV, mulheres marcantes em novelas bem populares na Globo, como a Patativa deRoda de Fogo, a engraçada Amapola do Quinto dos Infernos, a Epifânia de Porto dos Milagres e a premiada (ganhou o Prêmio Qualidade em 2000), Laura de Esplendor. Qual sua personagem mais querida? Qual a mais marcante?
Adorei a Patativa, D. Laura em Tieta, Perla Menescal na Fera Ferida – adorei – D. Laura. Ephifania. Todas da Globo amei fazer. Me entregava toda. Inteira. Arrepiava no estúdio. Dava minha alma. Numa novela das 6 do W. Negrão cheguei a ter 2 herpes recidivas, porque o personagem chorava muito, sofria demais... Não tenho UMA mais querida, mas essas são super queridas. E a Teresa em Prova de Amor da Record adorei fazer... Adoro representar, estar no palco, viver outras vidas, sentir rir, comédia... porque drama já viu..., incorporo e me machuco.


13 - Foi justamente na época de Patativa em Roda de Fogo que você posou para PLAYBOY, em março de 1987. A Patativa tinha um forte apelo sexual, o que criou essa imagem de símbolo sexual. Como foi posar para PLAYBOY na época? O que representou pra você? Tem orgulho desse trabalho?Patativa era uma criança, para mim. Uma mulher alegre, amorosa que queria casar, doida, apaixonada pelo Tabaco, acho que daí vem a sensualidade dela. Natural. A sensualidade do amor, da paixão.A alegria tem sensualidade. Eu era natural. Uma mulher apaixonada pela vida e pelo seu homem. Dava nessa mulher sensual, ms naturalmente. Posei pra a PLAYBOY, porque precisava do dinheiro estava só no Rio tinha vindo da SP. E todos me consideravam “a gostosa” coisa que nem sou... e os papéis para teatro e cinema se restringiam a isso e não podia aceitar. Posso ficar sensual..., mas não sou.... Sou uma mulher contemplativa, serena, na minha, mas tenho que representar esse papel, agora, até na vida real!!! Posar pra PLAYBOY foi punk. Não é fácil tirar a roupa e fingir que está tudo bem. Saí dançando, não fiz caras nem bocas, fiz o que gosto de fazer, dançar. Bob Wolfenson ia clicando e eu dando uma de Isadora Duncan. Assim resolvi o impasse. Dançar como Isadora, uma das minhas musas da vida.
14 - Você fotografou com o craque Bob Wolfenson, que agora fotografou Cleo Pires. Como foi fotografar com o Bob?Ele tinha feito uma fotos pra mim, para a Revista Nova e saíram lindas. Nunca tinha me visto tão linda assim....rs rs rs Ai escolhi o Bob em vez do Duran que era o que fotografava mais na época. O Bob nem era o máximo... mas eu já conhecia e foi mais fácil. Ele me deixou fazer o que queria. Colocou Janis Joplin cantando Ne me quite pás, aí enlouqueci lucidamente dançando.
15 - Pra você a nudez foi algo difícil de se lidar? Existia algum tabu com relação a nudez? O corpo nu pode e deve ser usado como expressão da arte, seja no teatro, cinema ou fotografia?Claro que sim. O nu é lindo. Mas depende como o tratamos. Devemos dar alma a ele e não mostrar suas partes feito carne de açougue. Devemos recheá-lo de conteúdo de por quês e não deixa-lo solto feito gado no pasto. A alma se mostra através do corpo com arte.
16 - Roda de Fogo foi sua estreia na Globo, onde você passou 20 anos. Antes você trabalhou no SBT e hoje você está contratada da Record. Existem grandes diferenças em atuar em novelas destas 3 maiores redes de TV no Brasil? Em algumas delas você se sentiu mais realizada?
Fiquei mais tempo na Globo e é natural que tenha me sentido mais realizada lá por ter feito mais trabalhos, mas também não é fácil trabalhar numa emissora tão poderosa. Muita responsabilidade, invejas, poder, etc... A Record tem me dado alegrias, porque o ambiente de trabalho o esforço de equipe e toda a garra que temos em vencer é muito amorosa. Gosto muito de estar lá. Muito. E adorei os trabalhos que fiz lá. Gosto de estar numa emissora desde o início... O SBT foi uma passagem. Uma só novela.
17 - Alguma preferência por algum papel? Papéis sensuais te incomodaram em algum momento? Você se sente melhor no drama ou na comédia?
Adoro comédias... , mas gosto de um drama. Desculpe, mas é assim a resposta. A comédia me faz ficar tinindo, mudar meu ritmo, me desafia em fazer o meu melhor, me faz pensar mais na técnica, na precisão das palavras, no andamento da ação, porque é muito difícil fazer rir, dificílimo, mas o drama sou eu... eu me encontro lá... e me desafia em ser comedida, técnica. Mas no frigir dos ovos.... fazer comédia é melhor para a minha vida. Saio leve... sem herpes rs rs rs


18 - Você chegou a escrever livros sobre o universo do teatro e três livros de poesias. Escrever pra você é mais uma forma artística de se expressar ou uma forma descompromissada de relaxar? Pretende voltar a escrever?A arte me salva. Escrever me salva da minha loucura, da minha lucidez. Me equilibra. Me dá consciência. Me faz pensar e penar. Quando a dor é muito grande na minha vida não escrevo. Pinto. Pinto. As cores, as links me acalmam. Estou terminando meu quarto livro de poesias. Sem nome ainda. Chamo de IN-éditos. E tenho diários desde meus 12 anos. Escrevo diariamente. Temos a vida da mulher moderna passo a passo. Preciso de um patrocínio para passar para o computador e devolver à vida, minha vida, como Anais Niin fez. Um dia, quem sabe? Escrevo num caderno de assinaturas, com uma bela caneta que Egberto Gismonti me deu, que os maestros criam suas musicas nas partituras. Sinto-me fazendo musica. Gosto de caligrafia... Também escrevo no computador.... na verdade é o que irei fazer depois do livro. Vai simplificar tudo. rs rs
19 - Professora, atriz de teatro e TV, poetisa, design de joias e pintora (pintou 11 telas para um dos seus livros)... O que falta você realizar? Quais seus planos futuros?Quero fazer meus espetáculos autorais: “A Procura de Deus”, espetáculo filosófico que fala sobre as a provas da existência de Deus, mas de uma maneira alegre, bem humorada com cinco filósofos provando que Deus existe e três escritores americanos provando que Deus não existe. Vou brincar com isso, através da mágica, com danças e cultos. Vai ser bacana. Mas falta patrocínio... ai ai ai. Outro espetáculo da autora Betty Milan “A Brasileira em Paris” e um outro espetáculo, autoral, que fala da minha vida através das minhas poesias e experiências pessoais, onde canto, danço e passo minha experiência, alma, corpo, para as mulheres que ficam loucas quando me vêem: "Como vc, com essa idade??? Assim???" Hello! Geração 68 à postos!! Desbravando caminhos como sempre! 
20 - Cláudia, você passa a um ar sempre jovem, dinâmico e de bem-estar. Qual sua receita, se é que ela existe, pra tudo isso? Como passar pelo tempo e se manter sempre bela e ávida pela vida?
Paixão. Esse é o segredo. Paixão por tudo que faço. E me sinto criança, menina ainda em floração, amadureci, não sou fruta, mas dei uma amadurecidinha, criei filhos sozinha, vivo só da profissão e dos meus livros, nunca fui de panelinha, nem recebi favores. Sou uma representante da mulher contemporânea de fibra e caráter como fui criada. Meus filhos são bem melhores que eu, que foi meu objetivo de vida e meu corpo de 30 devo a muita disciplina mental e espiritual. Tenho paixão pela minha alma e é ela que cuida do meu corpo, para poder viver mais! Sou uma milionária de alma.

A Cláudia, esta delicada e forte mulher, nossa eterna admiração. E nosso muito obrigado.

Ângela Ro Ro 10 anos sem beber e sem drogas



Angela Ro Ro escandaliza com a sua metamorfose ambulante e retoma a carreira com o CD “Compasso”, que reúne reggae,
bossa nova, samba-canção e bolero.
Ela desceu ao inferno, entre delegacias e escândalos, perdeu 
58 kg , fez plástica, e ressurgiu de bem com a vida e, o que é melhor, sem abrir mão da irreverência que sempre marcou o 
seu estilo. Revela como parou de beber e de fumar e recomeça
a vida em ritmo de saúde, depois de passar pelo desespero ao 
ser internada. Ro Ro teve força de vontade cotidiana que fez 
toda a diferença entre aqueles que sobrevivem a impulsos autodestrutivos.
Angela sobreviveu a si mesma e a sua geração, no ritmo woodstockiano das bandeiras de sexo, drogas e rock'n'roll, nas baladas da vida afora. Ela continua saudavelmente louca e 
afirma que nunca é tarde para recomeçar.
Toda esta espantosa reviravolta foi feita, segundo ela, sem
a ajuda de grupos de dependentes químicos ou de psicoterapias especializadas. Ro Ro diz que contou apenas com a coragem 
com que veio ao mundo, em 5 de dezembro de 1949. A mesma coragem que “aditivada”, celebrizou-a por expor, Brasil afora, 
tanta doideira e escancaração que até Caetano Veloso compôs, 
em homenagem à sua rotina impressionante, a canção “Escândalo”.
Para a terapeuta Constança Teixeira de Freitas, ex-doidona,
há 20 anos sem “álcool e talco”, como se refere à bebida e à cocaína, Ro Ro traçou seu compasso em direção à saúde pelo caminho mais difícil. Diretora da Clínica Solar da Serra, para dependentes químicos, Constança diz que a luta é mais fácil 
com a ajuda de grupos e especialistas.
Para a artista, este é o seu jeito de enfrentar adversidades: sozinha, com as próprias forças. O start, segundo ela, foi justamente a falta de start. Sem fôlego, parou um show em 1999 e avisou o público que não conseguia cantar “All the way”, de Sinatra. Dali, cartão do plano de saúde em punho, foi para o Hospital 
Silvestre:
- Eu agarrava os médicos chorando e pedia, pelo amor de
Deus, só 21 dias. Era meu cacife todo naquela mesa de 
bacará, no dia 21. Precisava desse tempo para não cair na vida 
de novo. Estava na miséria absoluta física, emocional, espiritual.
E sem grana. Meu pai tinha falecido, minha mãe estava morrendo. Parecia que eu era a próxima a ir.
Hoje Ro Ro é um exemplo orgulhoso da equipe de médicos admirada, segundo ela, com a transformação radical, por seu 
próprio esforço. Irreverente, Ro Ro manda um recado para os drogados, “especialmente para os jovens”:
- Viver sem drogas é fácil. Difícil é viver sob os maus tratos.
Seja louco, pare de beber! Seja doidão, pare de fumar – 
grita, às gargalhadas.
A SEGUNDA ETAPA DE ANGELA
para conquistar a saúde, ao sair do hospital, já desintoxicada,
foi maquinar um plano para não recair:
- Passei numa loja de eletrodomésticos e comprei tudo novo 
para minha casa: geladeira, fogão, secretária eletrônica. Não parece, mas isso foi muito importante pra concretizar a vida 
nova. Depois, fui franca com a minha empregada, que usava 
rogas pesadas. Disse: “Ou eu, ou as drogas”. Não podia 
ficar com elas e ser vítima do meu próprio desgosto. Estava superobesa, 
com 118 quilos e, ao mesmo tempo, com uma aparência 
cadavérica. Seria presa fácil de minha fraqueza, que era o vício químico. Penha já era uma amiga, na verdade herança de outra amiga, Berenice, que morreu de Aids também por uso de drogas injetáveis. Penha foi embora. Morreu de derrame cerebral, do excesso de drogas.
Outro impulso para a vida foi um telefonema de sua mãe, antecipando a própria morte:
- Minha mãe me ligou e disse: “Angela Maria, não chora, 
sua mãe está morrendo”. Foi a força que eu precisava.
Foi a força que eu precisava. Eu queria mostrar para meus
pais que eu sairia daquela vida, mas, infelizmente não 
deu tempo. Minha mãe me disse: “Angela Maria, tenha 
confiança em você”.
Eu perguntei: “Puxa, mãe, porque você nunca me disse isso,
só agora?
Ela respondeu: “Porque você nunca precisou”.
Angela botou a cabeça pra funcionar:
- Sempre pensei muito. Minha mãe sempre me perguntava, brincando, se eu era artista ou autista, de tanto tempo 
que eu ficava sozinha, num canto, balançando a cabeça e 
pensando, pensando. Comecei a fumar com 11 anos, 
comecei a beber de brincadeira com 20 anos para desinibir.
Antes era uma natureba, macrobiótica, tímida. Desinibi 
tanto que o fígado quase veio para fora. Depois, ansiolítico
pra mim era balinha, tomava aos borbotões. Já estava com esteatose hepática, aquelas estrias que dão no fígado de
tamanho aumentado.
A morte da Penha também me mostrou que eu estava no caminho certo. Sem dinheiro para clínicas especializadas, spas para perda de peso ou personal trainer, Ro Ro foi buscar ajuda no seu aprendizado de adolescente existencialista e macrobiótica a solução para a vida nova, sempre sozinha:
- Não liguei para ninguém para aprender a fazer bobagem, não ia ligar para ninguém para deixar de fazê-las. Como eu iria telefonar para o dono do restaurante caríssimo, onde eu gastava fortunas em bebidas e foie gras e perguntar o que fazer com o meu fígado que tinha virado também um patê?
Eu adorava patês, mas já tinha um dentro de mim. E 
depois ainda fumava charutos e cigarrilhas. Estava de 
um jeito que não podia ficar em pé, nem deitada, nem
 sentada. Tinham que me pendurar num cabide – lembra.
Ro Ro recusou o grupo de alcoólicos anônimos – 
“Era alcoólatra e continuo sendo, mas não sou anônima. 
Todo mundo vai, menos eu”, rebateu – e negou-se a tomar psicofármacos:
- Tomei um Prozac e fiquei rindo falso. Nunca mais! Esse comprimido é um fingidor. O jeito era resgatar, sozinha, 
várias coisas dentro de mim, principalmente eu mesma. 
Tive a certeza que meus pais gostavam de mim, tanto que 
aturaram tantas marcações de touca. Descobri que 
gostavam de mim porque eu sou pura, de bom caráter, 
de bom coração e faço um esforço brutal para pensar.
ogo eu, que fui de colégio de freira, até entrei num 
convento para ser freira e tomava overdose de hóstia. 
Era viciada em comungar.
Depois de meio século de vida, Angela Ro Ro diz que 
está de volta a uma “loucura fantástica”, que é 
a loucura de se autoconhecer:
- Nada que é humano é negativo. Num mundo cada 
vez mais desumanizado, com a vida sem valer nada, 
qualquer humanidade é bem vinda, mesmo desmedida.
É assim que ela vê também o Brasil, sacudido por 
escândalos. Segundo Angela Ro Ro, nunca se viu 
exercício de democracia como nos últimos quatro anos:
- Nada que venha à luz da verdade é negativo. 
É sempre um passo adiante.
Nas reflexões profundas sobre o alcoolismo, 
Angela Ro Ro faz “ponderações socioantropológicas”, 
como diz, sobre o abandono total do alcóolatra pela
 sociedade, pelo ambiente de trabalho e pela família:
- Às vezes, você está alcoólatra aos 20 anos e você 
só perde: a saúde, o fôlego, o emprego, o respeito 
da família, o afeto das pessoas das quais você mais
gosta. Não existe nenhuma salvaguarda para essa 
pessoa que é induzida a beber pela propaganda, pelo 
sistema de consumo. Isso, pra mim, é o pior de tudo.
O álcool não é bem considerado droga. Você tem que 
se vigiar mesmo, porque você não vai ter respaldo de 
ninguém. Vai ser culpado. Não vou dizer que não tomei 
uma cerveja nestes sete anos. Tomei, mas para saber 
que não estava gostando. Posso escorregar também 
na pizza e no açúcar, mas quero dar inveja aos leitores:
cigarro nunca mais fumei – conta.
A terapeuta Constança Teixeira de Freitas conta que 
sentiu na própria pele este abandono, quando, há 20 
anos, tentou livrar-se das drogas:
- Alcoólatra pra mim era aquele mendigo caído no 
meio-fio, abraçado a uma garrafa.
Depois de muitos blackouts , quando eu não me lembrava
 mais da noite anterior, eu me vi, numa manhã, andando 
descalça de roupa de festa no Jardim Botânico, saindo 
da casa de amigos, onde havia virado a noite.
Disse para mim mesma: “Sou alcoólatra”. Procurei o AA, 
achando que ia encontrar aqueles mendigos. Fiquei 
boba de ver lá senhoras simpáticas e elegantes que 
me perguntaram: “Você consegue ficar um dia sem beber?”.
 Disse: “Um dia é mole”. Elas me disseram que, então, 
eu poderia vencer. Porque quem fica um dia, fica dois, 
três e lá se vão 20 anos.
Constança explica que a dependência química é uma 
doença tratável e não vícios ou falta de força de vontade:
- O dependente químico usa o álcool e a droga como 
compensação para aliviar, acalmar, animar. Seríamos 
bipolares. É uma doença progressiva. As doses ou a frequência vão aumentando.
O que mais atrapalha a recuperação são os preconceitos. Os próprios dependentes e a família escondem o problema. 
Mas eu faço questão de falar. Se todo mundo me viu completamente louca na noite, porque não falar de minha recuperação?
O cantor Nando Reis também resolveu falar de sua busca
para se livrar da bebida, com a ajuda do AA. Em entrevista 
à última edição da revista “V”, Nando Reis conta como 
o álcool começou a prejudicar seriamente a sua vida:
- Quando você percebe que sua capacidade de parar está comprometida, precisa de ajuda.
O AA é magnífico.
Sempre vinculei meu trabalho com estado de alteração. 
Nunca me ocorreu que isso pudesse me trazer problemas. 
Sempre gostei de estar num show bebendo, ensaiar 
bebendo, compor bebendo, ir à praia bebendo, tudo
normal.
Entrei numa fase de precisar mais e mais e vi que 
teria um prejuízo muito grande. 
Vi que estava em decadência.
Fonte:

Ângela Ro Ro 10 anos sem beber e sem drogas.