segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

TRÊS RÉUS QUE DEVEM SER CONDENADOS, NO CASO DO MENINO SEAN GOLDMAN. 1- O GOVERNO BRASILEIRO. 2 – O MINISTRO GILMAR MENDES. 3 – OS JORNALÕES QUE “FABRICAM” CARTAS A FAVOR DO ACORDO, NENHUMA CONTRA ISSO.

Hoje, Dia de Natal, a humanidade, mesmo a parte mais numerosa, abandonada por todos os governos dos mais diversos países, é dominada pelo sentimento, se deixa levar pelo coração, antes da razão e do domínio do cérebro. Essa sentimentalidade é preciosa e pode ser interpretada das mais diversas formas, casos e episódios.

O rumoroso e demorado litígio a respeito do destino do menino Sean Goldman, se enquadra num grande e inviolável debate, que provoca enorme e também inviolável processo, protesto e reação. CONTRA e a FAVOR.

Não é desses casos em que se consegue, se conquista ou se obtem unanimidade, pois é natural a controvérsia, a posição e a oposição à entrega do menino ao pai biológico ou à permanência dele no Brasil.

Não quero entrar no exame aprofundado da situação, pois já reconheci o direito dos dois lados manifestarem suas opiniões e defenderem o que reconhecem como legítimo. Mas não posso silenciar a respeito de muitos aspectos. Aqui, nesse exame, são réus irrefutáveis, irrevogáveis e irresponsáveis, alguns órgãos e pessoas que não poderiam julgar e serem julgados. E neste caso, condenados não pela decisão, mas sim pela imprudência, inconsciência e subserviência.

1 – O governo brasileiro.

2 – O Ministro Gilmar Mendes.

3 – Os jornalões refugiados na omissão.

1 – Houve um acordo Brasil-Estados Unidos, conduzido (como sempre e primariamente) pelo Ministro Celso Amorim. Este, personagem, protagonista e réu no famoso escândalo da Embrafilme nos anos 80, jamais poderia ser chanceler, e ainda mais com a duração no cargo.

Depois de muitas ameaças, os Estados Unidos decidiram pela represália contra o Brasil. (Por que todos acham que podem desprezar o Brasil, como fez Berlusconi no caso Battisti? Não pediu extradição à França durante 10 anos, ameaçou o Brasil de todas as maneiras).

Estava no Senado dos EUA um projeto concedendo isenção tributária a 136 países. Comunicaram isso ao país, detalhando: “Esse projeto será votado na noite de terça-feira, o Brasil estará fora”.

Conversaram, Lula concordou, fizeram todos os cálculos da votação de lá, e o recesso do Supremo aqui. Não fizeram combinações como hoje, usaram a geometria, acontecia com os gregos há milhares de anos, saiu tudo perfeitamente, ou melhor, exato como queriam.

2 – A parcialidade do Presidente do Supremo. Concretizado o “Tratado da Omissão”, (que Gilmar Mendes, na sua imensa teatralidade, confundiu com o Tratado DA Haya, que ele diz DE Haya, perdoai-o, Senhor), tudo foi rigorosamente orquestrado com o RECESSO do Supremo. Para quem não sabe, nesses casos, todo o Poder fica com o Presidente.

A votação do Senado americano, seria no dia 22 à noite. No dia 22, em pleno dia, Gilmar Mendes consumou sua passagem pela Presidência, com o ACORDÃO, não confundir com ACÓRDÃO (decisão colegiada, nada a ver com Gilmar, um ministro singular em todos os sentidos da palavra), devolvendo o menino Sean e fazendo média com o Executivo. Único que pode incendiá-lo, antes dele “atear fogo às vestes”, perdão, à toga, que tanto desgasta, desprestigia, vá lá, deslustra.

Nada surpreendente em Gilmar Mendes, nem mesmo a complementação da função com uma interligação advocatícia. Ele já libertou Daniel Dantas duas vezes, e mais libertaria se mais vezes fossem necessárias.

E depois de devolver o menino para os EUA, referendando o acordo do Executivo, para mostrar “olha, não mudei nada”, libertou o médico acusado de 50 ESTUPROS DE CLIENTES.

E ressalvou e ressaltou: “Está libertado até o fim do processo, depois de transitado em julgado”. Também, esse médico teve a sabedoria não-medicinal, de contratar advogado de empreiteiras. Excluídos (ou incluídos?) os estupros, o médico é um bom e perfeito empreendedor. Ou “empreiterador”?

3 – Os jornalões no mundo inteiro publicam cartas divididas entre a FAVOR e CONTRA, para agradar a todos os tipos de leitores, mas também se aproveitam. Quase que diariamente se escondem atrás de cartas, usando-as como editoriais. Colocam as verdadeiras e as camufladas, e então exibem suas opiniões. É mais fácil e mais verdadeiro do que um editorial.

Pois o Globo de ontem (e outros jornalões, na mesma linha defendida pela ANJ-Associação Nacional de “Jornais”) publica 9 cartas, TODAS A FAVOR da ida do menino para fora do Brasil, o único país que ele conhece. A omissão por interesse, mais forte do que a isenção por convicção.

* * *

PS – Gilmar Mendes está no fim da Presidência, que só poderia exercer mesmo pelo rodízio. Vai marcar indelevelmente o Supremo, que passará a ser citada como ANTES de Gilmar e DEPOIS de Gilmar.

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