terça-feira, 29 de março de 2011

Revelação de Wikileaks deixam Henrique Meirelles muito mal

mostrando que ele é um entreguista vulgar, que defende os interesses dos EUA junto ao governo brasileiro. Carlos Newton - Tribuna da Imprensa

É revoltante a revelação do site WikiLeaks, de Julian Assange, mostrando que pouco antes das eleições de 2006 o então presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, pediu aos Estados Unidos que pressionassem o presidente Lula para que fosse dada ao BC independência total.

De acordo com documentos secretos do Departamento de Estado, em conversa com diplomatas norte-americanos, dia 9 de agosto de 2006, Meirelles prometeu atuar nos bastidores por mudanças regulatórias que criassem um ambiente de investimento melhor para empresários norte-americanos no Brasil.

Obtido pelo WikiLeaks e repassado à agência norte-americana Reuters, o documento exibe, com total nitidez, o retrato 3X4 de um entreguista vulgar, que não tem pudor de trair sua pátria para servir aos interesses da maior potência mundial.

“Meirelles pediu que (o governo dos EUA) usasse discretamente sua relação (com o Brasil) para discutir a importância de levar ao Congresso uma legislação garantindo ao Banco Central essa autonomia”, escreveram os funcionários da embaixada norte-americana no documento, que detalhou o encontro inicial entre o embaixador Clifford Sobel e Meirelles.

“Ele (Meirelles) argumentou que o secretário (de Tesouro Henry) Paulson em particular seria capaz de tratar desse assunto com o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Guido Mantega”, acrescentaram.

(Façamos uma pausa aqui nas revelações do WikiLeaks, para lembrar que Meirelles nunca precisou solicitar de maneira formal que fosse mudada a legislação para dar total autonomia ao Banco Central, porque desde o início do primeiro governo Lula efetivamente lhe garantiu essa prerrogativa, sem jamais interferir na política de juros, durante os oito anos em que ficou no poder).

De acordo com o documento do governo dos EUA, Meirelles identificou “a falta de experiência governamental entre os principais assessores de Lula” como um “segundo conjunto de dificuldades” para investidores norte-americanos. Sobre Dilma Rousseff, que à época já era ministra-chefe da Casa Civil, disse que ela era “muito esperta”, mas ressalvou que “ela ainda traz alguma bagagem ideológica à função”. Meirelles então se ofereceu para “contribuir nos bastidores em pressionar por reformas regulatórias prioritárias para melhorar o clima de negócios”, segundo o documento do Departamento de Estado dos EUA.

Procurado pelos jornalistas para se explicar, Meirelles refutou timidamente o conteúdo da documentação norte-americana. “As declarações atribuídas a mim não refletem com propriedade o tema de qualquer conversa que eu tenha tido”, afirmou via e-mail, recusando-se a dar entrevista. Por sua vez, o ex-embaixador dos EUA, Clifford Sobel, não quis comentar o assunto.

As revelações do WikiLeaks comandado por Julian Assange mostram até que ponto chegam a ganância, a subserviência e a desfaçatez de determinados homens públicos brasileiros. Aliás, nem deveriam ser considerados brasileiros. No caso de Meirelles, por exemplo, de brasileiro ele não tem nada. É um apátrida que deveria se naturalizar logo norte-americano.

PREFIRO VELHOS INIMIGOS…

… que os novos “amigos” que estão sendo inventados!
Vocês logo vão entender o motivo.
Nunca fui em nada diferente de ninguém: quando era criança também assistia Ultraman, Super-homem… não chego a lembrar do National Kid, mas escolhi justamente os incas venusianos, seus arquirrivais ilustração inicial desta postagem.
Fiz isso porque uma das histórias mais “sorvete na testa” de minha família é relacionada a eles e a um de meus primos que, em um daqueles momentos inclassificáveis da infância, se julgou o próprio National Kid, amarrou uma toalha nas costas e se lançou da janela para o quintal.
Fraturou a clavícula.
Eu, por minha vez, era fã incondicional do super-homem e vim a nascer um pouco depois desse episódio, o que me rendeu também uma experiência inesquecível:
Aliás, naquela época era muito comum os pais deixarem seus filhos por algumas horas em casa, assistindo TV por exemplo, e não lembro de ninguém ter sido preso por “abandono de incapaz”… o mundo piorou, aumentaram os perigos ou o ser humano está ficando mais imbecil a cada dia?
Pois em uma dessas tardes solitárias, me recordo com exatidão, fui insuflado de adrenalina por algum episódio dos superamigos e, sem a tradicional toalha nas costas, consegui pela primeira vez escalar sozinho a goiabeira que havia em nosso quintal.
Sem dúvida foi uma grande vitória galgar tão elevado patamar e, embevecido por essa conquista, creio ter passado algum tempo gozando da visão de todo o bairro que tinha ali de cima. Os grossos galhos da antiga e frondosa goiabeira eram mais do que suficientes para suportar meu peso, mas ainda assim balançavam suavemente, movidos pela agradável brisa da tarde.
Foi uma experiência única, agradável e de auto-afirmação… até o momento em que percebi um detalhe pequeno, porém fatal: não sabia como descer dali!
A partir de então o que era doce se tornou angustiante: fiz algumas tentativas de descer, mas a sensação de me lançar no espaço era terrivelmente assustadora.
Hoje posso afirmar que aquela altura nunca foi suficiente para me causar mal algum, mas devo ressaltar que aquela foi, absolutamente, a primeira vez que havia subido em algum lugar mais alto que uma mesa: na sequência desse episódio acabei descobrindo que a sensação daquele pequeno voo (e de outros) também é algo muito agradável e digno de nota, mas… ali naquele momento éramos apenas eu e a agonia de me lançar no espaço.
Tive medo. Me imaginei estraçalhado como uma goiaba no solo após a queda. Imaginei minha mãe chegando e se deparando com a cena…
Realmente não me recordo por quanto tempo se estendeu esse exercício de medo, angústia e arrependimento…
É claro que em algum momento minha mãe chegou.
É óbvio que ao ouvir o tilintar das chaves, prestes a abrir o portão, comecei a gritar o mais alto que pude.
Talvez seja até desnecessário contar que minha mãe heroicamente me retirou daquela situação de “prisioneiro da torre”, assim como seja até meio vergonhoso afirmar que fez isso com extrema facilidade, pois a “torre” na realidade talvez não fosse tão alta quanto seu inexperiente prisioneiro estivesse temendo…
O mais nobre de tudo e que, naquele momento, foi muito além de minha compreensão infantil é que, após assegurar-se de minha integridade física (a moral acabara de ser destruída…), minha mãe imediatamente aproveitou para fazer uma vara com um dos galhos da própria goiabeira e, como se diz hoje em dia, me “sapecou” as pernas com vontade!
Não… para a tristeza dos atuais “educadores” e “protetores” da infância, eu não morri de apanhar e nem sobraram sequelas. É claro que o choque da vara de goiaba deixa uma sensação de ardência peculiar, porém mais forte foi a lição aprendida de não me expor a perigos desnecessários, de não me envolver em situações das quais eu não saiba sair sozinho… de avaliar os riscos antes de realizar um projeto!
Não posso definir com exatidão, mas pouquíssimo tempo depois (uma semana?) eu já havia aprendido a descer sozinho da goiabeira e aquela árvore acabou se tornando um dos lugares preferidos de minha infância, para onde eu subia com meus livros e, sentado numa grossa forquilha tal qual um sofá natural, passava os dias lendo e comendo goiabas brancas até quase anoitecer, desfrutando do suave balançar dos galhos movidos pelos ventos.
Acho que hoje já devem existir umas mil e quinhentas leis que visam proteger os “incapazes” de subir numa goiabeira sem a supervisão atenta de seus responsáveis… acho que, num caso como esses, minha negligente mãe já estaria presa e eu, sob a perfeita, carinhosa e protetora guarda do estado!
O ponto principal que quero destacar com toda essa história é que a infância do ser humano típico é caracterizada por algum grau de imbecilidade! Soa mal, mas ninguém vai poder me processar por isso depois dos dois exemplos acima citados, ainda mais que um deles é auto-inclusivo…
Vou transcrever o trecho da definição que, nesse momento, é a base de meu raciocínio nesta postagem:
“O imbecil é caracterizado por sujeitar-se facilmente às sugestões, podendo constituir-se em perigo para outrem, por conta disso: se sugestionado para o mal, não têm os freios morais para questionar.”
Tenho certeza de que os leitores poderão acrescentar muitos outros exemplos práticos desse tipo de comportamento que ocorre mais facilmente na infância, porém tenho registrado cada vez mais adultos imbecis conforme os dias avançam rumo ao cumprimento profético.
Sabendo-se então que a palavra “imbecil” não está sendo empregada aqui em tom pejorativo, mas apenas para destacar uma característica relativamente comum ao ser humano, principalmente na infância, gostaria de citar e “modernizar” o quadro de influências, ressaltando que desde aquela época a TV nunca foi uma fonte muito confiável para a educação da gurizada… e acho que até elas próprias acabam desconfiando disso.
Lugar de aprender é na escola! Lá sim é um ambiente salutar onde podemos aprender tudo que seja bom para nosso futuro. Na escola temos acesso a um grau de conhecimentos filtrados e aceitos pela sociedade, de modo que as muitas experiências possíveis serão realizadas sempre sob a supervisão de mestres, em ambientes controlados e de modo que não haja exposição a riscos desnecessários.
Tudo o que é aprendido na escola pode ser trazido para o lar, de modo que sua discussão no ambiente familiar seja salutar e contribua para o estabelecimento de uma sociedade melhor.
Sem a menor sombra de dúvida, entre a TV e a escola, uma criança poderia e deveria pôr em prática tudo o que lhe for transmitido pela segunda.
Será mesmo?
O vídeo a seguir faz parte do kit “Escola Sem Homofobia” e, de acordo com os planos do governo, DEVERÁ ser exibido, inicialmente, em mais de seis mil escolas por todo o país, para crianças a partir de SETE anos de idade:

Não quero me estender comentando após isso, mas será que a ignorância generalizada não está percebendo que “luta contra homofobia” está se tornando em uma aberrante HOMOLATRIA?
Para os religiosos de plantão, devo deixar claro que o estabelecimento desse tipo de comportamento É NECESSÁRIO para o perfeito cumprimento profético relativo aos dias finais: por mais que se debatam contra, isso vai se tornar a realidade e, mais do que isso, essa SERÁ A LEI no Brasil e no mundo!
Já questionei anteriormente e volto a repetir, visando principalmente aquele grupo de cristãos que pensa que estar em desacordo com a lei fixada pelas autoridades “estabelecidas por deus” significa ir para o inferno: você se libertará de seus “pré-conceitos” e se curvará diante da estátua de ouro de Nabucodonosor?
Concluo dizendo que meu primo vestiu a capa, mas não se tornou National Kid; eu subi na goiabeira e nunca me tornei um dos superamigos… o que acontecerá com aqueles que cismarem de imitar a “exemplar” Bianca?
A Bíblia, que muito em breve deve estar sendo classificada como “fora da lei”, responde:
“Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.” (1 Coríntios 6:9-10)
Agora acho que ficou bem explicado porque prefiro os velhos inimigos… eles, coitados, sequer podiam matar o corpo!
“E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.” (Mateus 10:28)
Teóphilo

Fonte: http://blog.teophilo.info/2011/03/prefiro-velhos-inimigos.html

domingo, 20 de março de 2011

Afinal, qual será o principal assunto das conversas entre Dilma Rousseff e Barack Obama?

Carlos Newton, Tribuna da Imprensa

Não há dúvida sobre a importância da visita de Barack Obama. O líder da nossa Matrix não costuma ficar viajando gratuitamente por aí. Mas o Brasil é um gigante emergente. Quinto maios país em extensão territorial e em população, em breve o sétimo em poder econômico, nada mal.

Mas qual será mesmo o tema principal dos encontros com a presidente Dilma Rousseff? Há quem aposte na crise dos povos árabes, na tragédia nuclear do Japão ou no sonho de o Brasil se tornar membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas (onde já está como membro provisório e até se absteve de votar no caso da Líbia do companheiro Kadafi, como era chamado por Lula).

Nada disso. Os americanos não partilham suas políticas estratégicas com ninguém, e na atualidade o assunto mais importante para eles é justamente a crise dos povos árabes, quer dizer, a garantia de fornecimento de petróleo. Nesse particular, até o governo de Hugo Chávez é aceito como parceiro, porque, para os americanos, negócios são negócios, e ponto final. Por fim, o Conselho da ONU não tem a menor importância – o que importa é o poder de veto, e estamos conversados

Só existem dois assuntos importantes a serem conversados. A garantia do futuro fornecimento do petróleo do Pré-Sal aos Estados Unidos e a questão do etanol. Décadas depois da criação do Proálcool no Brasil (governo Geisel), os americanos enfim descobriram a importância do combustível renovável, produzem carros com motores flex e precisam desesperada e estrategicamente de etanol.

Ao contrário do que se pensa, o Brasil não é mais o maior produtor mundial de etanol. Há vários anos já foi ultrapassado pelos Estados Unidos. Com uma política protecionista e que subsidia e incentiva seus produtores, nossa Matrix colocou no mercado, proveniente de suas lavouras, 58 bilhões de litros, enquanto a Filial Brasil ficou nos 38 bilhões de litros.

Mas há uma grande diferença. Nos EUA, o etanol é basicamente extraído do milho com uma produtividade por hectare de quatro a cinco vezes menor do que a alcançada com a cana nas lavouras de São Paulo, as mais produtivas do mundo. Além do álcool custar mais caro, diminui a oferta de milho nos Estados Unidos, o preço do cereal sobe, aumentam também os preços da rações e outros derivados, o tiro sai pela culatra.

O Brasil não pode exportar etanol diretamente para lá, devido à sobretaxa alfandegária que protege os produtores da Matrix, criada pelo Parlamento americano no governo Ronald Reagan. Então, para vender etanol aos EUA, os usineiros aqui da Filial têm de enviar o produto para o Caribe, onde o navio faz escala, recebe uma nota fiscal de alguma empresa local, e depois segue para os States. Simples assim. Todo mundo sabe da mutreta, mas ninguém faz nada, interessa a todas as partes.

Agora, a Matrix não tem condições de elevar a produção, embora até já tenha experimentado plantar cana-de-açúcar ao invés de milho ou sorgo. Na Califórnia, há extensas plantações de cana, mas a necessidade deles é muito maior. A verdadeira salvação da lavoura americana será o etanol tupiniquim, porque o Brasil é o único país com possibilidades de elevar rapidamente a produção, beneficiado pelas condições climáticas e pela avançada tecnologia. Não é por mera coincidência que grandes grupos internacionais estejam comprando as maiores usinas brasileiras. Mas para acertar as coisas, primeiro Barack Obama terá de derrubar a sobretaxa no Congresso, que atinge, única e exclusivamente, a produção brasileira.

Parodiando Chico Buarque e Ruy Guerra: “Ah, essa terra ainda vai cumprir seu ideal, vai se tornar um imenso canavial”. Mas será preciso fazer vultosos investimentos com instalação de muitos tanques de estocagem e com uma adequada logística de transporte até os portos. O grande beneficiado poderia ser o Nordeste, se a tal transposição das águas do Rio São Francisco fosse mesmo para valer. Porém…

De resto, o que mais de importante pode ser conversado entre os presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff? Para não dizer que não falei de flores, tratarão da venda de caças à FAB? Ora, o governante da nossa Matrix não costuma cuidar de pequenos negócios.

quinta-feira, 17 de março de 2011

GOZAMOS JUNTOS MAS NUNCA FIZEMOS AMOR

Por Jeyson Messias Rodrigues

As instituições não sabem fazer amor. Gozam e fazem gozar, mas sem laços afetivos. E sexo casual é muito bom, mas só pra quem não confunde as coisas. Algumas instituições iniciam relações com as melhores intenções e os mais belos discursos. São formalizadas pelos mais bem intencionados líderes. Mas a longo prazo, também estas criarão vida própria e não admitirão qualquer sinal de invasão ao seu espaço.

Note-se a distância entre os ideais reformadores e sua atual prática. Os próprios princípios batistas se tornaram meramente retóricos. Qualquer dia, algum desses engravatados mobiliza uma quadrilha de ovelhas e decide, democraticamente em Assembléia, acabar com a democracia batista. Não duvide! Conforme disse Rubem Alves, os protestantes precisaram daquele discurso de liberdade de crença e expressão naquele momento, depois, o discurso se tornou inconveniente [1].

Note-se a distância entre o próprio movimento de Jesus no primeiro século e o cristianismo, a posteriori. Jesus (reformador judeu e não um cristão, como muitos pensam) nunca excluiu ninguém (nem mesmo Judas) da mesa. Lavou os pés do Outro, lhe ofereceu a outra face, tocou sua lepra. Depois de engaiolar e monopolizar o Espírito Santo, o cristianismo (mais Paulino que evangélico) restringiu a Ceia. E ao Outro, ao invés de água para os pés, ofereceu perseguição, exclusão, cruzadas, intolerância, ódio e rancor.

Não acredito mais na instituição religiosa. Não acredito mais na igreja-instituição. Mas acredito no poder do Espírito que a todos os limites e fronteiras, transcende impetuoso, maravilhoso, soberano, autônomo e belo. Acredito no poder de sua voz aos corações daqueles que nem estão no monte nem no templo. Acredito na voz do Christos reivindicando subversão à ordem tão desigual, injusta e hostil à alteridade.

Mas acho que, de tempos em tempos, alguns cristãos deixam de ser cristãos ao ouvirem e atenderem à não-cristã voz de Cristo. Voz quase silenciada pelo poder do eclesial anticristo, que pôs palavras na boca do Filho do homem, tirando e distorcendo tantas outras; que lhe dicotomizou o discurso; que lhe anglosaxonizou a cultura; que lhe negou o romance erótico, madaleno; que lhe branqueou a pele; desalcoolizou-lhe o vinho; que lhe restringiu a salvação.

Já fui católico, luterano, pentecostal e batista. Já acreditei, fui desapontado e desapontei. Desacreditei de quase tudo. A duras penas, porém, recuperei e guardei a fé. Precisei desacreditar de algumas coisas para conseguir continuar acreditando em outras. Já não quero algumas crenças, já não quero algumas práticas, já não quero algumas posturas, já não quero alguns rótulos. Já não quero mais um monte de coisas.

Diversos sociólogos contemporâneos têm falado sobre como os sujeitos modernos têm se descomprometido com as instituições religiosas: individualização da experiência religiosa, trânsito religioso, secularização, infidelidade identitária etc [2]. Mas essa é somente uma resposta tardia de uma humanidade que cansou dessa relação desigual e encontrou novo amor. O descomprometimento com a religião decorre do descomprometimento da religião. Sempre foi sexo, nada mais.

Recentemente afastado do quadro docente do Seminário Batista de Alagoas, onde lecionava História do Cristianismo, por ser considerado “muito liberal”, me satisfaço com a insatisfação institucional, afinal, eu e a instituição religiosa já gozamos juntos inúmeras vezes, mas nunca fizemos amor.

[1] ALVES, Rubem. Religião e repressão.
[2] BAUMAN, HALL, GIDDENS etc.
Postado por JEYSON MESSIAS RODRIGUES às 09:56
Marcadores: CRÔNICAS, ECLESIOLOGIA, SOCIEDADE

Fonte: http://jeysonrodrigues.blogspot.com/2011/02/gozamos-juntos-mas-nunca-fizemos-amor.html

quinta-feira, 10 de março de 2011

Um bom governo

Um bom governo estabelece critérios para se ter boa qualidade de ensino, remunera justamente os mestres, ajusta o orçamento para suprir estas necessidades;

Um bom governo se preocupa em construir hospitais, postos de saúde, com condições de atender o trabalhador com dignidade, paga boa remuneração aos profissionais da saúde e exige retorno à altura destes, separa verbas para esta importante função;

Um bom governo leva a sério a questão da soberania nacional, a proteção das riquezas do solo e do mar, prestigiando e equipando as Forças Armadas a quem cabe esta nobre missão;

Um bom governo pugna por uma Justiça que cumpra bem sua missão, não permitindo privilégios a quem quer que seja, não lavando as mãos para evidentes injustiças e impunibilidades;

Um bom governo não compra votos através de concessão de cargos de confiança a quem não possui habilitação para ocupá-lo, não dá esmolas ao invés de proporcionar condições de trabalho e salário razoável aos cidadãos;

Um bom governo se espelha em outros países para adequar sua carga tributária de forma justa, sem distorções monstruosas e ainda reivindicar outras iniquidades asfixiantes como a CPMF ou sucedâneos;

Um bom governo pode aceitar a colaboração do capital estrangeiro, mas sem jamais abdicar da soberania nacional;

Por tudo isto que foi exposto, nenhum respeito tenho pelo PT e pelo seu quase similar PSDB.

Extraido da Comunidade do orkut Getulio Vargas

quarta-feira, 9 de março de 2011

Jesus é Deus?

Excelente video-clip

"A história mal contada da divindade de Cristo
Com base em documentação primária, especialmente na obra e no estilo historiográfico de Eusébio de Cesaréia, o autor de Jesus é Deus? irá falar sobre a maneira como os primeiros intelectuais cristãos chegaram à conclusão sobre a divindade de Jesus de Nazaré. Tensões políticas e teológicas marcaram este período, e é em torno deste tema que a palestra será desenvolvida.

Jefferson Ramalho é professor de História da Igreja, Cristologia e Religiões Comparadas no Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos e na Faculdade de Teologia Comunidade Carisma. Graduado em História e Teologia, é mestrando em Ciências da Religião pela PUC-SP e autor do livro Jesus é Deus? - uma reflexão sobre a divindade de Cristo na História."


O Milagre Gerson (1/6)

De: TheCognoscereNew | Criado em: 05/01/2011
O tratamento de Gerson ataca o câncer baseando-se na nutrição, tendo uma enorme porcentagem dos seus pacientes totalmente curados, sem quimioterapia, sem radiação, sem cirurgia, sem náusea e sem perder cabelos.

Além disso o filme mostra com detalhes, os processos de se extrair dos alimentos os nutrientes necessários para o tratamento bem como os procedimentos de se fazer a desintoxicação dos elementos químicos nocivos acumulados durante a nossa vida.
O documentário também é um manual prático das coisas principais que devemos comer e aquelas que devemos evitar.
Apesar de não ser divulgada pela mídia comercial, a Terapia de Gerson curou dezenas de milhares de pacientes de Câncer, bem como diabetes e muitas outras doenças. Para os que já não acreditam nessa mídia, torna-se muito mais fácil acreditar nesse tratamento.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Casoy e Gandra: CCC e Opus Dei unidos

O “âncora” da TV Bandeirantes, Boris Casoy, resolveu assumir de vez o seu direitismo raivoso. Depois de humilhar os garis que desejaram feliz ano novo - “Que merda. Dois lixeiros desejando felicidades... do alto de suas vassouras... Dois lixeiros... O mais baixo da escala do trabalho” – e de receber uma bateria de duras críticas, ele decidiu radicalizar as suas posições. Nesta semana, Casoy acionou o jurista Ives Gandra, notório militante da seita fundamentalista Opus Dei, para falar sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos, de autoria do ministro Paulo Vannuchi.

Logo na abertura do Jornal da Band, o âncora, que é metido a dono da verdade, dá a sua opinião tendenciosa. “O novo decreto de direitos humanos do governo é criticado pela sociedade e até por ministros de estado. A lei estabelece censura aos meios de comunicação, é contra o direito de propriedade e de liberdade religiosa. Especialistas consideram o projeto o primeiro passo para um regime ditatorial”. Casoy mente descaradamente ao tratar plano como uma imposição autoritária do presidente, já que ele será debatido no parlamento. Quanto aos tais especialistas, ele ouve somente uma “personalidade” ligada à ditadura, ao latifúndio e aos setores mais reacionários da sociedade.

Visão tendenciosa e eleitoreira

Na sequência, um narrador em off reforça a visão preconceituosa e mentirosa. “A nova lei que o presidente Lula assinou sem ler passou pelo crivo direto da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, virtual candidata do PT à presidência da República, e dos ministros da Justiça, Tarso Genro, da Comunicação, Franklin Martins, e dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi. É um emaranhado de artigos e parágrafos que muitas vezes ataca a Constituição”. O objetivo, nesta narração, é nitidamente eleitoreiro, como palanque do tucano José Serra, o candidato da mídia hegemônica.

Criado o cenário para o desgaste do governo, o repórter Sandro Barboza inicia a entrevista com “um dos mais conceituados juristas internacionais”, Ives Gandra. O “jornalista”, que também não esconde suas posições direitistas nas perguntas, apenas deixa de informar aos telespectadores que o bajulado especialista participou da campanha presidencial de Geraldo Alckmin (o tucano que é seguidor do Opus Dei) e defende tudo o que é há de mais retrógrado e conservador na sociedade brasileira. Apesar da ânsia de vômito, vale à pena conhecer a grotesca “entrevista”:

As idéias de um direitista convicto

Jornal da Band: O projeto prevê que o proprietário rural que tiver uma fazenda invadida não poderá mais recorrer ao Judiciário.

Gandra: O que eles tão pretendendo é dar direito àquele que invadir qualquer terra fazer com que uma vez que for invadido o direito de propriedade deixa de ser do proprietário, passa a ser do invasor.

JB: A lei quer evitar a divulgação de símbolos religiosos.

Gandra: Se não pode mais haver símbolos religiosos nós temos que mudar o nome da cidade de São Paulo e todas as cidades que tem nomes de santos não poderão mais ter.

JB: Será criada uma comissão para controlar o conteúdo dos meios de comunicação.

Gandra: No momento em que se elimina a liberdade de imprensa nós estamos perante efetivamente o início de uma ditadura.

JB: Um novo imposto sobre grandes fortunas seria instituído.

Gandra: É um imposto que afasta investimentos porque aquele que formou um patrimônio depois é tributado em todas as operações e ainda vai ser tributado no seu patrimônio pessoal.

JB: As prostitutas contariam com direitos trabalhistas e carteira assinada.

Gandra: Isso não é profissão. Na prática o verdadeiro direito humano é tirar essas moças de onde elas estão e dar profissões dignas a elas.

JB: Os responsáveis pelas torturas durante a ditadura militar seriam julgados. Já os guerrilheiros que também torturaram ficariam livres de qualquer punição.

Gandra: Torturador de esquerda é um santo. Torturador de direita é um demônio. É um decreto preparatório para um regime ditatorial.

O novo “comando do terror”

Com mais esta “reporcagem” no seu currículo, Boris Casoy elimina qualquer ilusão sobre a sua neutralidade e imparcialidade jornalística. O blog Cloaca News, inclusive, conseguiu descobrir a revista Cruzeiro, de 9 de novembro de 1968, que denunciou Casoy como ativista do Comando de Caça aos Comunistas (CCC). Tem até a foto dele mais jovem. Intitulada “CCC ou comando do terror”, a matéria comprova que este agrupamento promoveu vários atentados terroristas nos anos 1960/1970, inclusive contra os artistas do Teatro Roda Vida e contra os estudantes da USP.

Agora, o âncora fecha o ciclo e se une ao Opus Dei para criar um novo “comando do terror”. Para quem não conhece esta seita religiosa, reproduzo trechos de três artigos de minha autoria:


O Opus Dei (do latim, Obra de Deus) foi fundado em outubro de 1928, na Espanha, pelo padre Josemaría Escrivá. O jovem sacerdote de 26 anos diz ter recebido a “iluminação divina” durante a sua clausura num mosteiro de Madri. Preocupado com o avanço das esquerdas no país, este excêntrico religioso, visto pelos amigos de batina como um “fanático e doente mental”, decidiu montar uma organização ultra-secreta para interferir nos rumos da Espanha. Segundo as suas palavras, ela seria “uma injeção intravenosa na corrente sanguínea da sociedade”, infiltrando-se em todos os poros de poder. Deveria reunir bispos e padres, mas, principalmente, membros laicos, que não usassem hábitos monásticos ou qualquer tipo de identificação.

Reconhecida oficialmente pelo Vaticano em 1947, esta seita logo se tornou um contraponto ao avanço das idéias progressistas na Igreja. Em 1962, o papa João 23 convocou o Concílio Vaticano II, que marca uma viragem na postura da Igreja, aproximando-a dos anseios populares. No seu fanatismo, Escrivá não acatou a mudança. Criticou o fim da missa rezada em latim, com os padres de costas para os fiéis, e a abolição do Index Librorum Prohibitorum, dogma obscurantista do século 16 que listava livros “perigosos” e proibia sua leitura pelos fiéis. “Este concílio, minhas filhas, é o concílio do diabo”, garantiu Escrivá para alguns seguidores, segundo relato do jornalista Emílio Corbiere no livro “Opus Dei: El totalitarismo católico”.

O poder no Vaticano

Josemaría Escrivá faleceu em 1975. Mas o Opus Dei se manteve e adquiriu maior projeção com a guinada direitista do Vaticano a partir da nomeação do papa polonês João Paulo II. Para o teólogo espanhol Juan Acosta, “a relação entre Karol Wojtyla e o Opus Dei atingiu o seu êxito nos anos 80-90, com a irresistível acessão da Obra à cúpula do Vaticano, a partir de onde interveio ativamente no processo de reestruturação da Igreja Católica sob o protagonismo do papa e a orientação do cardeal alemão Ratzinger”. Em 1982, a seita foi declarada “prelazia pessoal” – a única existente até hoje –, o que no Direito Canônico significa que ela só presta contas ao papa, que só obedece ao prelado (cargo vitalício hoje ocupado por dom Javier Echevarría) e que seus adeptos não se submetem aos bispos e dioceses, gozando de total autonomia.

O ápice do Opus Dei ocorreu em outubro de 2002, quando o seu fundador foi canonizado pelo papa numa cerimônia que reuniu 350 mil simpatizantes na Praça São Pedro, no Vaticano. A meteórica canonização de Josemaría Escrivá, que durou apenas dez anos, quando geralmente este processo demora décadas e até séculos, gerou fortes críticas de diferentes setores católicos. Muitos advertiram que o Opus Dei estava se tornando uma “igreja dentro da Igreja”. Lembraram um alerta do líder jesuíta Vladimir Ledochowshy que, num memorando ao papa, denunciou a seita pelo “desejo secreto de dominar o mundo”. Apesar da reação, o papa João Paulo II e seu principal teólogo, Joseph Ratzinger, ex-chefe da repressora Congregação para Doutrina da Fé e atual papa Beto 16, não vacilaram em dar maiores poderes ao Opus Dei.

Vários estudos garantem que esta relação privilegiada decorreu de razões políticas e econômicas. No livro “O mundo secreto do Opus Dei”, o jornalista canadense Robert Hutchinson afirma que esta organização acumula uma fortuna de 400 bilhões de dólares e que financiou o sindicato Solidariedade, na Polônia, que teve papel central na débâcle do bloco soviético nos anos 90. O complô explicaria a sólida amizade com o papa, que era polonês e um visceral anticomunista. Já Henrique Magalhães, numa excelente pesquisa na revista A Nova Democracia, confirma o anticomunismo de Wojtyla e relata que “fontes da Igreja Católica atribuem o poder da Obra a quitação da dívida do Banco Ambrosiano, fraudulentamente falido em 1982”.

O vínculo com os fascistas

Além do rigoroso fundamentalismo religioso, o Opus Dei sempre se alinhou aos setores mais direitistas e fascistas. Durante a Guerra Civil Espanhola, deflagrada em 1936, Escrivá deu ostensivo apoio ao general golpista Francisco Franco contra o governo republicano legitimamente eleito. Temendo represálias, ele se asilou na embaixada de Honduras, depois se internou num manicômio, “fingindo-se de louco”, antes de fugir para a França. Só retornou à Espanha após a vitória dos golpistas. Desde então, firmou sólidos laços com o ditador sanguinário Francisco Franco. “O Opus Dei praticamente se fundiu ao Estado espanhol, ao qual forneceu inúmeros ministros e dirigentes de órgãos governamentais”, afirma Henrique Magalhães.

Há também fortes indícios de que Josemaría Escrivá nutria simpatias por Adolf Hitler e pelo nazismo. De forma simulada, advogava as idéias racistas e defendia a violência. Na máxima 367 do livro Caminho, ele afirma que seus fiéis “são belos e inteligentes” e devem olhar aos demais como “inferiores e animais”. Na máxima 643, ensina que a meta “é ocupar cargos e ser um movimento de domínio mundial”. Na máxima 311, ele escancara: “A guerra tem uma finalidade sobrenatural... Mas temos, ao final, de amá-la, como o religioso deve amar suas disciplinas”. Em 1992, um ex-membro do Opus Dei revelou o que este havia lhe dito: “Hitler foi maltratado pela opinião pública. Jamais teria matado 6 milhões de judeus. No máximo, foram 4 milhões”. Outra numerária, Diane DiNicola, garantiu: “Escrivá, com toda certeza, era fascista”.

Escrivá até tentou negar estas relações. Mas, no seu processo de ascensão no Vaticano, ele contou com a ajuda de notórios nazistas. Como descreve a jornalista Maria Amaral, num artigo à revista Caros Amigos, “ao se mudar para Roma, ele estimulou ainda mais as acusações de ser simpático aos regimes autoritários, já que as suas primeiras vitórias no sentido de estabelecer o Opus Dei com estrutura eclesiástica capaz de abrigar leigos e ordenar sacerdotes se deram durante o pontificado do papa Pio XII, por meio do cardeal Eugenio Pacelli, responsável por controverso acordo da Igreja com Hitler”. Outro texto, assinado por um grupo de católicas peruanas, garante que a seita “recrutou adeptos para a organização fascista ‘Jovem Europa’, dirigida por militantes nazistas e com vínculos com o fascismo italiano e espanhol”.

Pouco antes de morrer, Josemaría Escrivá realizou uma “peregrinação” pela América Latina. Ele sempre considerou o continente fundamental para sua seita e para os negócios espanhóis. Na região, o Opus Dei apoiou abertamente várias ditaduras. No Chile, participou do regime terrorista de Augusto Pinochet. O principal ideólogo do ditador, Jaime Guzmá, era membro ativo da seita, assim como centenas de quadros civis e militares. Na Argentina, numerários foram nomeados ministros da ditadura. No Peru, a seita deu sustentação ao corrupto e autoritário Alberto Fujimori. No México, ajudou a eleger como presidente seu antigo aliado, Miguel de La Madri, que extinguiu a secular separação entre o Estado e a Igreja Católica.

Infiltração na mídia

Para semear as suas idéias religiosas e políticas de forma camuflada, Escrivá logo percebeu a importância estratégica dos meios de comunicação. Ele mesmo gostava de dizer que “temos de embrulhar o mundo em papel-jornal”. Para isso, contou com a ajuda da ditadura franquista para a construção da Universidade de Navarra, que possuí um orçamento anual de 240 milhões de euros. Jornalistas do mundo inteiro são formados nos cursos de pós-graduação desta instituição. O Opus Dei exerce hoje forte influência sobre a mídia. Um relatório confidencial entregue ao Vaticano em 1979 pelo sucessor de Escrivá revelou que a influência da seita se estendia por “479 universidades e escolas secundárias, 604 revistas ou jornais, 52 estações de rádio ou televisões, 38 agências de publicidade e 12 produtores e distribuidoras de filmes”.

Na América Latina, a seita controla o jornal El Observador (Uruguai) e tem peso nos jornais El Mercúrio (Chile), La Nación (Argentina) e O Estado de S.Paulo. Segundo várias denúncias, ela dirige a Sociedade Interamericana de Imprensa, braço da direita na mídia hemisférica. No Brasil, a Universidade de Navarra é comandada por Carlos Alberto di Franco, numerário e articulista do Estadão, responsável pela lavagem cerebral semanal de Geraldo Alckmin nas famosas “palestras do Morumbi”. Segundo a revista Época, seu “programa de capacitação de editores já formou mais de 200 cargos de chefia dos principais jornais do país”. O mesmo artigo confirma que “o jornalista Carlos Alberto Di Franco circula com desenvoltura nas esferas de poder, especialmente na imprensa e no círculo íntimo do governador Geraldo Alckmin”.

O veterano jornalista Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, há muito denuncia a sinistra relação do Opus Dei com a mídia nacional. Num artigo intitulado “Estranha conversão da Folha”, critica seu “visível crescimento na imprensa brasileira. A Folha de S.Paulo parecia resistir à dominação, mas capitulou”. No mesmo artigo, garante que a seita “já tomou conta da Associação Nacional de Jornais (ANJ)”, que reúne os principais monopólios da mídia do país. Para ele, a seita não visa a “salvação das almas desgarradas. É um projeto de poder, de dominação dos meios de comunicação. E um projeto desta natureza não é nem poderia ser democrático. A conversão da Folha é uma opção estratégica, política e ideológica”.

A “santa máfia”

Durante seus longos anos de atuação nos bastidores do poder, o Opus Dei constituiu uma enorme fortuna, usada para bancar seus projetos reacionários – inclusive seus planos eleitorais. Os recursos foram obtidos com a ajuda de ditadores e o uso de máquinas públicas. “O Opus Dei se infiltrou e parasitou no aparato burocrático do Estado espanhol, ocupando postos-chaves. Constituiu um império econômico graças aos favores nas largas décadas da ditadura franquista, onde vários gabinetes ministeriáveis foram ocupados integralmente por seus membros, que ditaram leis para favorecer os interesses da seita e se envolveram em vários casos de corrupção, malversação e práticas imorais”, acusa um documento de católico do Peru.

A seita também acumulou riquezas através da doação obrigatória de heranças dos numerários e do dizimo dos supernumerários e simpatizantes infiltrados em governos e corporações empresariais. Com a ofensiva neoliberal dos anos 90, a privatização das estatais virou outra fonte de receitas. Poderosas multinacionais espanholas beneficiadas por este processo, como os bancos Santander e Bilbao Biscaia, a Telefônica e empresa de petróleo Repsol, tem no seu corpo gerencial adeptos do Opus.

Para católicos mais críticos, que rotulam a seita de “santa máfia”, esta fortuna também deriva de negócios ilícitos. Conforme denuncia Henrique Magalhães, “além da dimensão religiosa e política, o Opus Dei tem uma terceira face: da sociedade secreta de cunho mafioso. Em seus estatutos secretos, redigidos em 1950 e expostos em 1986, a Obra determina que ‘os membros numerários e supernumerários saibam que devem observar sempre um prudente silêncio sobre os nomes dos outros associados e que não deverão revelar nunca a ninguém que eles próprios pertencem ao Opus Dei’. Inimiga jurada da Maçonaria, ela copia sua estrutura fechada, o que frequentemente serve para encobrir atos criminosos”.

O jornalista Emílio Corbiere cita os casos de fraude e remessa ilegal de divisas das empresas espanholas Matesa e Rumasa, em 1969, que financiaram a Universidade de Navarra. Há também a suspeita do uso de bancos espanhóis na lavagem de dinheiro do narcotráfico e da máfia russa. O Opus Dei esteve envolvido na falência fraudulenta do banco Comercial (pertencente ao jornal El Observador) e do Crédito Provincial (Argentina). Neste país, os responsáveis pela privatização da petrolífera YPF e das Aerolineas Argentinas, compradas por grupos espanhóis, foram denunciados por escândalos de corrupção, mas foram absolvidos pela Suprema Corte, dirigida por Antonio Boggiano, outro membro da Opus Dei. No ano retrasado, outro numerário do Opus Dei, o banqueiro Gianmario Roveraro, esteve envolvido na quebra da Parlamat.

“A Internacional Conservadora”

O escritor estadunidense Dan Brown, autor do best seller “O Código da Vinci”, não vacila em acusar esta seita de ser um partido de fanáticos religiosos com ramificações pelo mundo. O Opus Dei teria cerca de 80 milhões de fiéis, muitos deles em cargos-chaves em governos, na mídia e em multinacionais. Henrique Magalhães garante que a “Obra é vanguarda das tendências mais conservadoras da Igreja Católica”. Num livro feito sob encomenda pelo Opus Dei, o vaticanista John Allen confessa este poderio. Ele admite que a seita possui um patrimônio de US$ 2,8 bilhões – incluindo uma luxuosa sede de US$ 60 milhões em Manhattan – e que esta fortuna serve para manter as suas instituições de fachada, como a Heights School, em Washington, onde estudam os filhos dos congressistas do Partido Republicano de George W.Bush.

Numa reportagem que tenta limpar a barra do Opus Dei, a própria revista Superinteressante, da suspeita Editora Abril, reconhece o enorme influência política desta seita. E conclui: “No Brasil, um dos políticos mais ligados à Obra é o candidato a presidente Geraldo Alckmin, que em seus tempos de governador de São Paulo costumava assistir a palestras sobre doutrina cristã ministradas por numerários e a se confessar com um padre do Opus Dei. Alckmin, porém, nega fazer parte da ordem”. Como se observa, o candidato segue à risca um dos principais ensinamentos do fascista Josemaría Escrivá: “Acostuma-se a dizer não”.

Os tentáculos no Brasil

No Brasil, o Opus Dei fincou a sua primeira raiz em 1957, na cidade de Marília, no interior paulista, com a fundação de dois centros. Em 1961, dada à importância da filial, a seita deslocou o numerário espanhol Xavier Ayala, segundo na hierarquia. “Doutor Xavier, como gostava de ser chamado, embora fosse padre, pisou em solo brasileiro com a missão de fortalecer a ala conservadora da Igreja. Às vésperas do Concílio Vaticano II, o clero progressista da América Latina clamava pelo retorno às origens revolucionárias do cristianismo e à ‘opção pelos pobres’, fundamentos da Teologia da Libertação”, explica Marina Amaral na revista Caros Amigos.

Ainda segundo seu relato, “aos poucos, o Opus Dei foi encontrando seus aliados na direita universitária... Entre os primeiros estavam dois jovens promissores: Ives Gandra Martins e Carlos Alberto Di Franco, o primeiro simpático ao monarquismo e candidato derrotado a deputado; o segundo, um secundarista do Colégio Rio Branco, dos rotarianos do Brasil. Ives começou a freqüentar as reuniões do Opus Dei em 1963; Di Franco ‘apitou’ (pediu para entrar) em 1965. Hoje, a organização diz ter no país pouco mais de três mil membros e cerca de quarenta centros, onde moram aproximadamente seiscentos numerários”.

Crescimento na ditadura

Durante a ditadura, a seita também concentrou sua atuação no meio jurídico, o que rende frutos até hoje. O promotor aposentado e ex-deputado Hélio Bicudo revela ter sido assediado duas vezes por juízes fiéis à organização. O expoente nesta fase foi José Geraldo Rodrigues Alckmin, nomeado ministro do STF pelo ditador Garrastazu Médici em 1972, e tio do atual presidenciável. Até os anos 70, porém, o poder do Opus Dei era embrionário. Tinha quadros em posições importantes, mas sem atuação coordenada. Além disso, dividia com a Tradição, Família e Propriedade (TFP) as simpatias dos católicos de extrema direita.

Seu crescimento dependeu da benção dos generais golpistas e dos vínculos com poderosas empresas. Ives Gandra e Di Franco viraram os seus “embaixadores”, relacionando-se com donos da mídia, políticos de direita, bispos e empresários. É desta fase a construção da sua estrutura de fachada – Colégio Catamarã (SP), Casa do Moinho (Cotia) e Editora Quadrante. Ela também criou uma ONG para arrecadar fundos: OSUC (Obras Sociais, Universitárias e Culturais). Esta recebe até hoje doações do Itaú, Bradesco, GM e Citigroup. Confrontado com esta denúncia, Lizandro Carmona, da OSUC, implorou à jornalista Marina Amaral: “Pelo amor de Deus, não vá escrever que empresas como o Itaú doam dinheiro ao Opus Dei”.

Ofensiva recente na região

Na fase recente, o Opus Dei está excitado, com planos ousados para conquistar maior poder político na América Latina. Em abril de 2002, a seita participou ativamente do frustrado golpe contra o presidente Hugo Chávez, na Venezuela. Um dos seus seguidores, José Rodrigues Iturbe, foi nomeado ministro das Relações Exteriores do fugaz governo golpista. A embaixada da Espanha, governada na época pelo neo-franquista Partido Popular (PP), de José Maria Aznar – cuja esposa é do Opus Dei –, deu guarita aos seus fiéis. Outro golpista ligado à seita, Gustavo Cisneiros, é megaempresário das telecomunicações no país.

Em dezembro do ano passado, o Opus Dei assistiu a derrota do seu candidato, Joaquim Laví, ex-assessor do ditador Augusto Pinochet, à presidência do Chile. Já em maio deste ano, colheu uma nova derrota com a candidatura de Lourdes Flores, declarada numerária do partido Unidade Nacional. Em compensação, a seita comemorou a vitória do narco-terrorista Álvaro Uribe na Colômbia, que também dispôs de milhões de dólares do governo George Bush. Já no México, outro conhecido simpatizante do Opus Dei, Felipe Calderon, ex-executivo da Coca-Cola, venceu uma das eleições mais fraudulentas da história deste país

Fonte: http://altamiroborges.blogspot.com

Não tenho simpatia pelo comunismo, mas, isso não me impede de republicar bons artigos: O que é a Opus Dei!

quarta-feira, 2 de março de 2011

SAMBA ENREDO DO GRÊMIO RECREATIVO DA CASA DO CARALHO

O video-clip retrata o que o carnaval é, que antes era visto/simbolizava culto a Satan! Hoje é visto sob outro enfoque: cultura nacional! Mulheres peladas - ah! hoje homens também - bebidas e orgias! Puta que pariu o carnaval no Brasil!