terça-feira, 3 de julho de 2012
Cronicas televisas
Big Brother Brasil...
Trata-se de um programa televisivo, produzido e editado pela Rede Globo, maior monopólio de TV de América Latina...
É um programa repelente, desses de tipo “Reality”, ou seja, representação realista. Mas não se trata de uma representação limitada aos sets da produtora, senão que inclui pessoas supostamente abordadas nas ruas para dar seus depoimentos sobre os personagens do show. Dentre estas pessoas, (atores extras contratados pela rede Globo), aparecem pessoas simples de classe media, opinando e votando pela saída ou permanência do programa de alguns dos personagens centrais.
Nestes depoimentos se expressam sentimentos e idéias repetidos e superficiais de baixo nível intelectual, com os quais podem identificar-se os telespectadores, gerando um falso clima de participação ativa entre milhares de pessoas.
E por que eu disse antes que se trata de uma representação realista?... Porque representam a realidade de suas próprias vidas, plenas de falsidade e superficialidade, apelando aos seus corpinhos, gesticulações e expressões como elementos de sedução irresistível, sem diferencias com as publicidades encobertas, onde personagens de novelas fazem publicidade de marcas de carros e de produtos de beleza como causas de felicidade.
Em fim, é um verdadeiro asco e trata-se de um clássico de manipulação de consciências a través da imagem, anestesiando as pessoas e afastando os seus olhares dos problemas sociais que prejudicam sua existência cotidiana.
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O QUE É ISTO?...
Meu Deus, o que é isto?... Vejo TV e não o posso crer... Um jogo de futebol e mostram à torcida celebrando:
Zumbis gesticulando com expressões eufóricas e gritos de júbilo, máscaras animadas sem vestir fantasías de carnaval.
Depois assisto um “Reality” de UFC, de luta vale tudo, e vejo expressões e gestos doentios de violência agressiva, incluso falando sozinhos para as câmeras.
E o que vejo em alguma ou outra telenovela?...Sensibilidade e sentimentalismo mostrado por gestos e expressões melodramáticas, no meio de confrontações e mentiras que se resolvem com sexo ridiculamente sedutor.
Nos telejornais, sei lá, falsidade e parcialidade, exaltando alguns personagens e degradando outros.
Da publicidade, bom: apelos compulsivos alternados com sugestões sedutoras, tentando vender desesperadamente desde cremes de maquiagem até carros importados em nome da felicidade.
E pergunto-me:
Esse é o mundo real?... O que mostra a TV?...Qual é a realidade dessas imagens?...
Penso um poço e digo: Não, isso não é a realidade. Isso é uma visão da realidade, a visão da rede Globo e a de todas as grandes redes... E sua missão é transferir essa visão aos telespectadores.
Sua missão é abaixar linha, promovendo uma uniformização de pensamentos, sentimentos e ações lucrativas e agradáveis para os capitais envolvidos em sua produção e publicidade.
Mas tal vez não... Tal vez não seja nem a falsidade nem a mentira o que a gente assiste em TV. Tal vez seja simplesmente a representação.
E a gente pode se indispor contra a falsidade e a mentira, mas não contra a representação.
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-60-
Por Carlos Quaglia
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