quinta-feira, 28 de julho de 2011

O que eu digo aos ateus!

Amado irmão em Cristo, Caio Fábio:

Graça e Paz!

Andei buscando pelo seu site alguma palavra relacionada ao ateísmo, mas confesso que estou tento dificuldade em achar alguma coisa relacionada a esse tema.

Que resposta você teria sobre a existência de Deus para alguém que se declara ateu, apóia suas convicções nos livros de filosofias humanas e acredita ter neles as respostas para suas crises existenciais?

A Bíblia não discute a questão da existência de Deus (pelo menos no meu precário entender) e os seus ensinamentos partem do princípio da inquestionável existência de Deus, se direcionando àqueles que crêem na existência Dele.

Como conversar com quem não crê, a respeito da fé?

Ou não devemos conversar sobre Deus com essas pessoas?

Naquele em Quem cremos existir,
Flavia
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Resposta:

Querida Flavia: Graça e Paz!

Deus não existe. Deus é. O que existe vem do que é. Deus é. Eu existo. O que existe e sabe que existe, deveria saber que vem do Daquele que é. De fato, deveria pelo menos intuir que Dele se deriva. Entretanto, não tem como provar para outros que Aquele que é, existe; visto que Aquele que é, só é porque não existe como existente entre os que existem; pois, se assim fosse, Ele não seria, mas apenas existiria; e por isso, apenas seria. O que existe -, primeiro se torna existente, para então ser. O que é, porque é, é; e cria o que existe. Assim, o que existe sabe de si e pode conhecer Aquele é, mas não tem como prová-Lo a outros que apenas existem, pois, Aquele que é não habita a existência como objeto de prova.

Então, discutir a existência de Deus seria algo tão fútil e pálido quanto discutir se você existe.

Quem olha para você e diz que você não existe, equivale àquele que olha para a Criação, para si mesmo, e para tudo o que a Existência implica, e não vê Deus.

Deus é, mas a criação existe. E existe maior do que qualquer indivíduo existente. Portanto, aquele que olha para o Existente Criado (Cosmos) e nada vê e nada sente, é como aquele que fica diante de você e convoca uma conferência para decidir se você existe ou não.

É loucura? Sim! É! Tanto num caso como no outro!

Ora, em tal caso, quem assim o fizesse, não estaria de fato discutindo a sua (tua) existência, mas sim a sua (tua) aceitação ou não como existente por esse (o individuo discutidor) que se julga o validador do que existe ou não existe.

Nesse sentido a gente vê o sentimento que gera o ateísmo, vestindo-se de antipatia, implicância, raiva, revolta, amargura, arrogância, vaidade, soberba (ou seja: de supremas burrices!) — no trato com o próximo. Sim! Há ateus de Deus e há os ateus de homens — os chamaríamos de a - homens?!

Negar que o próximo exista e seja, é equivalente a dizer: Deus não é; Deus não existe! — e ainda assim se desviar do individuo que não existe como se ele existisse.

Sim! Porque nunca vi um ateu viver até o fim às implicações filosóficas do ateísmo.

Um ateu que se satisfaz com filosofias é um ateu querente, um ateu crente, e crente do tipo obscurantista, posto que ainda é capaz de se satisfazer com as lendas de existência da Filosofia.

De fato, direi rapidamente a você como deveria ser a vida de um ateu engajado e crente (vida curta, porém sincera!):

Um ateu não deve chorar jamais, amar jamais, beijar com sinceridade jamais; se preocupar com justiça, verdade, carinho, amizade, amor, e ódio, jamais; e jamais deveria ter ciúmes, e nem se enciumar de nada; menos ainda se importar com a vida e a morte; e, sob hipótese alguma deveria ter dor de consciência; e jamais sentir-se devendo nada aos céus, à terra e menos ainda aos homens; e sem esquecer-se de que tanto faz qualquer coisa, pois, se não há Deus, não há sentido, não há razão, não há por quê; pois, se não há Deus, o que quer que pela força ou pela inteligência ou mesmo pela maldade se fizer impor (caso assim alguém deseje e consiga) — em nada está sendo melhor ou pior do que qualquer coisa ou qualquer um. Sim! Sem falar que filhos nada mais são, em tal caso, que o produto de nós e para o nosso melhor uso e conforto (afinal, somos inteligentes!), não importando o uso.

Sem Deus, com tudo e com nada; e sem sentido para tudo ou nada; mas, havendo sinceridade, pelo menos levando até as ultimas conseqüências as implicações de uma existência sem Deus — dever-se-ia abraçar gelo na alma, sem alma, sem direito a emoção, sem permissão para dançar, sem licença para amar, sem nada a celebrar ou a chorar; sem chegadas e sem despedidas; sem berços e sem túmulos; sem nada além de nada; e, em caso de honestidade maior, abraçando o suicídio como devoção.

Apresente-me esse ateu (ainda que morto), e o saudarei com respeito. Até mesmo Friedrich Nietzsche não levou seu ateísmo até às últimas conseqüências, posto serviu-se todas as possibilidades que somente num mundo com Deus se poderia ter.

Quanto ao mais, quando não são apenas pessoas sinceramente traumatizadas, os ateus são, em geral, apenas uns vaidosos e entupidos; e que brincam de ateísmo sem saber nem bem quem são; pois, sabem que não sabem viver sem as bênçãos de um mundo que (ainda que morrendo) ainda se levanta para trabalhar e volta para dormir, em razão de que uma leve pulsão de Deus ainda é aceita como essencial para a vida — inclusive pelo seu amigo, amante da filosofia, e que vive a vida com muita ordem, sem saber por quê; e sem nem mesmo achar que existe a necessidade de saber; pois, tal questão não existe na premissa de seu ateísmo alienado.

Assim, valorize o ateísmo dele e você estará dando pirulito pro menino!

Não faça isto!

Ele brinca disso. Esse é o joguinho do bichinho. Não faça isso não. Ele é só grandão, mas é menino. Não se troque com ele. Você é adulta. Não entre na criancice.

Está na hora delezinho ficar sem a chupeta; e a sem platéia. Chegou “a hora” dele jogar o “pipo” fora.

Deixe o ateu ser ateu. É assim que é. Até que ele tenha que deixar de se distrair brincando de ateísmo, e, assim, se dês-trair em seu próprio engano.

Portanto, toda vez que ele puxar este assunto, diga a ele pra parar de ser chato que nem um crente chato; desses que ficam enchendo a paciência dos outros com suas filosofias (doutrinas) e suas insistências fanáticas.

Quase todo ateu tem grande vocação religiosa, frustrada ou traumatizada — mas quase sempre tem.

Assim, digo:

Não se preocupe em provar Deus para ninguém. Seu único discurso sobre Deus é viver Deus com tanta certeza em fé, que nenhum ateísmo seja sequer por você reconhecido, do mesmo modo que você não perde tempo provando sua existência para ninguém que vendo não aceite o que vê: você.

Deus se entende com os crentes, por que não se entenderia com os ateus?

Fique tranqüila!

Pior do que eles são os que dizem crer. Afinal, até o diabo crê; e treme. Mas há os que dizem crer, mas que não temem. A esses, digo: exorte, pregue, e profetize; pois são eles os que de fato fazem mal ao que Deus chama de verdade entre os homens. Sim! Em geral é por causa destes que aqueles em existem; ou melhor: se manifestam.

É isto que penso!

Receba meu carinho e minhas orações!

Nele, que é; e pronto!

Fonte: http://www.caiofabio.com/novo/caiofabio/pagina_conteudo.asp?CodigoPagina=0332300004

3 comentários:

  1. Caí de paraquedas por aqui e li o texto inteiro! Digo, prá começar, que não de defino como ateu e nem como religioso, geralmente abominando ambos...

    O que o texto acima me deixou claro foi que, pior que um ateu de carteirinha é um religioso inteligente...rs.
    O sujeito atira dardos venenosos contra a filosofia como se esta fosse uma criminosa, devendo o conhecimento laico ser banido da face da terra em favor desse deus humanizado que o tal sujeito quer impingir em cima de todos...

    Uma belíssima apresentação do que pode ser definido como para-verdade...rs.

    Já vi coisa melhor sendo escrita por inquisidores antes de mandarem as suas vítimas escolher entre a cruz e a caldeirinha.

    Arre!!!

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  2. hahaahahaha
    parafraseando o amigo acima...Já vi coisa melhor sendo escrita por inquisidores antes de mandarem as suas vítimas escolher entre a cruz e a caldeirinha.
    Abçs!

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  3. corrigindo apenas os "inquisitores"...hehehe

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