sexta-feira, 1 de julho de 2011

“Paraguai” africano

O Paraguai africano ou

Líbia – uma guerra trágica com pretextos patéticos


O que os países que representam o império da atualidade, econômico-financeiro, estão fazendo à Líbia é o mesmo que foi feito no Paraguai, em circunstâncias e condições de outra época, mas essencialmente a mesma coisa.

O índice de pobreza é baixíssimo, o serviço público e gratuito é de qualidade. Não há revolta popular, na Líbia. O que há é o investimento numa oposição fraca e desorganizada, com treinamento, armas, instruções, contratação de homens, um trabalho de serviços secretos, fomentando a derrubada do regime líbio pra mudar sua direção política na direção de favorecer as grandes empresas do império, que já negociam por lá, mas sem as facilidades que gostariam e às quais estão mais que acostumadas, com os limites impostos pela política de Kaddafi. Ele sempre foi uma pedra no sapato dessas mega-empresas antes atreladas ao Estado, agora no comando. Só afrouxou um pouco quando viu o que os Estados Unidos fizeram com o Iraque. Até então, nem negociava com as petroleiras ocidentais, a não ser através da sua estatal. Aí permitiu a entrada delas em operação no território líbio, mas impondo regras e limites. Há pouco tempo apresentou a proposta de criação de uma moeda única africana, desligada do dólar, na ONU. Alguns países africanos demonstraram interesse e quase aconteceu, teve que rolar movimentação rápida dos poderosos e suas formas de pressionar os Estados via econômica, política ou militar. Os banqueiros internacionais ficaram furiosos e resolveram derrubar Kaddafi, de qualquer maneira. Afinal, são eles quem financia o controle das maiores máquinas de guerra do planeta, sustentando governos em todas as suas instâncias e ditando as políticas dos Estados. A Líbia já era um péssimo exemplo, há muito tempo, e essa foi a gota d’água. As revoltas no mundo árabe, justamente devido à implantação da políticas de geração de lucro e miséria, para empresas e povos, respectivamente, levantou a poeira e favoreceu o início do movimento armado. Primeiro as campanhas pelas mídias, preparando a opinião pública. Depois, os pretextos patéticos para uma “guerra humanitária”, absurda contradição, um paradoxo em si.

O Paraguai era o país mais independente da América Latina. Recusava os empréstimos oferecidos pelos banqueiros ingleses, apesar da insistência destes em “investimentos em infra-estrutura” que, na verdade, amarrariam o país em dívidas, como estavam amarrados todos os países constituídos na América Latina, menos o Paraguai. Este desenvolvia suas tecnologias dando bolsas de estudos a estudantes paraguaios para que fossem aprender as tecnologias européias em Londres, Paris, onde estivessem. Com isso formou seu parque industrial, garantiu independência econômica e evitou a intromissão nos assuntos do país. Por isso se juntaram Brasil, Uruguai e Argentina para destruir o Paraguai, orquestrados pela Inglaterra. Suas fábricas foram destruídas, os destroços atirados nos rios, 40% da população foi morta, mais de 90% dos homens, as mulheres foram estupradas, muitas raptadas pelos homens dos exércitos e trazidas na viagem de volta, como diversão. Os puteiros das cidades se encheram de paraguaias. O arquivo nacional paraguaio foi roubado e está até hoje no Brasil, sem prazo pra devolução – imagino o que não deve haver ali em revelações escandalosas sobre a própria guerra.

Bem, há diferenças brutais, é claro, a Líbia é um país do petróleo, o mundo é muito outro, mas há sempre a semelhança da necessidade de destruir o que não se submete, de apresentar massacres e destruições como necessidades, de conduzir a opinião pública, de alegar pretextos mentirosos para atingir objetivos escondidos. Duas nações pequenas e valentes, que não se curvaram às potências do momento e se tornam vítimas da ambição genocida dos poderosos do mundo.

Abaixo, trechos de um artigo que recebi ontem, só pra ilustrar.

“ONU Constatou em 2007, sob o governo de Kadafi:


1 - Maior Indice de Desenvolvimento Humano (IDH) da África (até hoje é maior que o do Brasil);
2 - Ensino gratuito até a Universidade;
3 - 10% dos alunos universitários estudam na Europa, EUA, tudo pago;
4 - Ao casar, o casal recebe até U$$50.000 para adquirir seus bens;
5 - Sistema médico gratuito, rivalizando com os europeus. Equipamentos de última geração, etc...;
6 - Empréstimos pelo banco estatal sem juros;
7 - Inaugurado em 2007, maior sistema de irrigação do mundo, vem tornando o deserto (95% da Líbia), em fazendas produtoras de alimentos.;


Porque detonar a Líbia então?


1 -Tomar seu petróleo de boa qualidade e com volume superior a 45 bilhões de barris em reservas;
2 - Fazer com que todo mar Mediterrâneo fique sob controle da OTAN. Só falta agora a Síria;
3 - O Banco Central Líbio não é atrelado ao sistema mundial Financeiro. Atrelá-lo. Suas reservas são toneladas de ouro, dando respaldo ao valor da moeda, o dinar, e desatrelando das flutuações do dólar.


O sistema financeiro internacional ficou possesso com Kaddafi, após ele propor, e quase conseguir, que os países africanos formassem uma moeda única, sem atrelamento ao dólar.
A OTAN comandada pelos EUA, já bombardearam as principais cidades Líbias com milhares de bombas e mísseis que são capazes de destruir um quarteirão inteiro. Os prédios e infra estrutura de água, esgoto, gás e luz estão sèriamente danificados;
As bombas usadas contem DU (Uranio depletado) tempo de vida 3 bilhões de anos (causa câncer e deformações genéticas);
Metade das crianças líbias está traumatizada psicológicamente por causa das explosões que parecem um terremoto e racham as casas;
Com o bloqueio marítimo e aéreo da OTAN, principalmente as crianças sofrem com a falta de remédios e alimentos;
A água já não mais é potável em boa parte do país. De novo as crianças são as mais atingidas;
Cerca de 150.000 pessoas por dia, estão deixando o país através das fronteiras com a Tunísia e o Egito. Vão para o deserto ao relento, sem água nem comida...
Se o bombardeio terminasse hoje, cerca de 4 milhões de pessoas estariam precisando de ajuda humanitária para sobreviver: Água e comida.
De uma população de 6,5 milhões de pessoas.”

Os dados acima foram retirados de www.globalresearch.ca
Em http://titaferreira.multiply.com/market/item/1978/1978

Fonte: http://observareabsorver.blogspot.com/2011/06/o-paraguai-africano-ou.html

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